Quando estive gestante cai no erro de investir o meu orçamento em 3 peças bem desnecessárias (tanto no enxoval do meu filho quanto no meu). Mas já vou deixando as dicas por aqui para evitar que vocês caiam no mesmo erro.
Anotem aí:
Fujam das luvas – Eu sei que na hora de fazer o enxoval do bebê é certeza de que ele terá luvas. Inclusive elas aparecem na lista de itens que muitas maternidades pedem para se levar. Faz parte da nossa cultura. E talvez você tenha se espantado pelo fato dele não precisar usá-las. É isso mesmo!
As suas mãos geram a interação com o meio: desde a barriga da mamãe, os bebês as sugam, tocam em seu cordão umbilical, conhecem seu espaço através dela. A luva acaba se tornando uma barreira pra interação com o externo.
Tá, eu sei que você deve estar pensando: “mas a unha dele está grande e ele se arranha”. Neste caso, o ideal é manter as unhas cortadas (aham! Também concordo que é uma missão suuuper desafiadora no início).
Sempre tem aquela vó que diz que o bebê com a mão gelada e deve estar com frio. Em geral, as extremidades do bebê são realmente mais geladas (pés e mãos) mas não quer dizer que ele esteja sentindo frio. Elas ajudam a realizar regulação térmica. Para saber se o bebê realmente está com frio, use como referência as costas ou o peito de bebê. E se estiverem gelados, agasalhe mais ele. Agora, cuidado: nem roupas de mais, nem roupas de menos!
Eu posso ouvir você me perguntar: “mas eu vou viajar pra um local muito frio, nem assim posso usar luvas?”, vamos lá, neste caso o bom senso deve reinar. Se você está usando luvas pra você por conta do frio, o bebê também deve usar. Por que neste caso o contexto mudou.
Fujam da cintas – Quando estava gestante, cai na besteira de investir no meu enxoval numa peça que eu achava SUPER necessária, mas que na verdade não tem nenhuma indicação real de uso.
Se tem uma peça no estilo “é cilada, Bino” é a cinta modeladora. Quer saber o porquê? Então, senta que lá vem a história:
- É um item caro e que não tem comprovação de benefício (sim, eu sei que você vai dizer que dá a sensação de estar “segurando a barriga”), maaaaas….
- Os seus órgãos levaram 9 meses trabalhando pra se modificarem de lugar pra comportar um bebê e, por isso, eles precisam ter a chance de trabalhar tudo de volta pros seus lugares anteriores, com isso, a cinta acaba prejudicando a musculatura abdominal de fazer o trabalho dela.
- Além disso, ela não é confortável (quem já usou, sabe do que estou falando o aperto que é usar) e acaba atrapalhando o trabalho do seu diafragma na respiração.
- E pra quem fizer cesariana e tiver cicatriz, a cinta pode atrapalhar a cicatrização porque abafa a região e gera uma pressão local.
Em nossos cursos, sempre orientamos as gestantes que optem por calcinha com a pala mais alta (estilo calcinha da vovó) porque gera mais conforto e evita a sensação de que tá tudo frouxo dentro da barriga. A gente também recomenda a paciência pra esperar a natureza agir e permitir que o corpo trabalhe no tempo dele.
E por último, fujam do kit berço –
Se tem um item que sempre gera polêmica sobre comprar depois que os pais adquirem o berço é o “famoso” kit berço. Eu sei que eles são super fofos, porque decoram combinando com o quartinho do bebê e dão a sensação de proteção pro bebê não se machucar nas grades, evitando que prendam as mãos ou os pés.
Só que, na prática, ele apresenta mais perigo do que segurança, porque ele pode gerar risco de sufocamento, pois protetores, babados, fitas (até os bichos de pelúcia) e almofadas proporcionam o risco da criança se sufocar com eles enquanto dorme ou se enroscar. Além disso, o bebê pode fazê-lo como trampolim pra pular do berço e ainda corre o risco de proporcionar uma série de alergias ou até mesmo problemas respiratórios, dependendo do tecido dos itens e do estado de saúde da criança.
A recomendação é a de que, por mais que seja bonito ter tantos enfeites, o berço de um bebê possua apenas um lençol e que tenha a superfície plana. Se estiver mais frio, agasalhe melhor o bebê para evitar o uso de cobertores, já que o bebê não tem habilidade motora nem força no pescoço suficientes (até os 3 primeiros meses) para sair de uma situação em que algo impeça sua respiração.
Caso queira proteger os braços e pernas do bebê, você pode usar uma tela de proteção. Em berços, menos é mais.
E aí, gostaram das dicas?
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