A mãe de 2 (ou mais) é um eterno misto.
É um misto de mãe experiente com marinha de primeira viagem (afinal, os filhos são diferentes, né?).
É a mistura de um “Deus me livre ter um segundo” com “quem me dera uma fofurinha no meu colo” (afinal, meu filho pede tanto um irmão).
É a mescla de “um bebezinho é uma coisa tão linda!” com “por que ele não dorme 8 horas seguidas como o seu irmão mais velho de 4 anos?”.
É a combinação de “pelo meu bebê eu largo tudo” com “caraca, logo agora que eu tava voltando a ter a minha vida própria”.
É um eterno duvidar da capacidade de amar mais de um filho com tanta intensidade, com um “que bobagem! Como pude pensar isso algum dia?”.
É saber que o desespero pra que o primeiro mês do primogênito voasse, não combina com a compreensão de que “tomara que o segundinho não cresça tão rápido assim”.
É ver o primeiro ensinando tantas coisas ao segundo e pensar que está perdendo o último bebê da casa pro mundo.
É se sentir exausta por escutar tantas vezes no dia “mamãe, eu tô com fome, ele me bateu, acabei o cocô, tô com medo” e quando a casa silencia, olhar em suas camas aqueles seres angelicais dormindo e pensar: “nhooooo… como podem dar tanto trabalho?”
É sentir um amor absurdo por cada filho mas não conseguir escolher um como preferido.
É fazer um enxoval lindíssimo pro primeiro e reaproveitar o que pode pro segundo.
É ser a mãe inatingível na primeira vez e a mãe que “faz o que dá” nas próximas maternidades.
É saber que o primeiro filho te deu um medo do caramba pra cuidar e com o segundo você já ri dotada da sua enorme “auto-confiança”.
É pedir desculpas pro primeiro por tê-lo feito de experimento de mãe e ter que se vigilar com o segundo pra não “liberar geral”.
É fazer malabarismo quando vê os boletos dobrados chegando em casa e quando olha pros pequenos pensar: “mas tá valendo a pena”.
Ser mãe de dois (de três ou mais) é saber que não existe limite pro amor (nem pro cansaço).
Ser mãe de dois é tão múltiplo quanto insano.
Obrigada, meus meninos!