woman leaning on the table and looking at glass of wine

Amamentação e álcool, é compatível?

Esse é um tema tabu e polêmico: a ingestão de álcool e a amamentação.
Por muito tempo já se acreditou que a mulher que amamenta não poderia beber nada de álcool mas atualmente os pesquisadores e médicos têm revisto essa ideia através de várias pesquisas científicas recentes.


Tanto a academia americana de pediatria quanto a sociedade brasileira de pediatria, afirmam que somente 2% do álcool ingerido pela mãe chega ao bebê através do leite materno. Isso porque o que a mulher ingere passa por uma transformação metabólica para virar leite, não é algo automático que passa diretamente para o leite.

Diferentemente do que acontece na gestação, o álcool que a mulher ingere é passado diretamente para o bebê que está em formação, por isso não existe dose segura.

Mas quando falamos em bebês que estão em amamentação, isso muda de figura. Estudos apontam que bebês acima de 3 meses são capazes de metabolizar o álcool ingerido em pequenas doses. Portanto, não é proibido a mãe ingerir álcool amamentando, mas ela deve ingerir pequenas quantidades de forma esporádica.

 
Através de pesquisas, os médicos orientam que a ingestão de álcool não deva passar de 0,5g de álcool por quilo do peso da mãe. Exemplo: se a mãe pesa 60kg, ela pode ingerir 60ml de destilado, 230ml de vinho ou 2 cervejas.


Se possível amamentar após 2 horas que ingeriu álcool para o nível de álcool no sangue não estar tão concentrado e ingerir água ajuda a expelir o álcool do organismo.
Observação importante: a mãe precisa estar bem fisicamente para dar conta de cuidar do bebê após a ingestão de álcool, mais um motivo para o consumo ser moderado e esporádico.

Se a mulher ingerir álcool o suficiente para perder seus sentidos, mesmo que não amamente na hora, é preciso que alguém seja responsável por esse bebê, pois o maior perigo aí não seria nem o nível de álcool no sangue, mas sim, se a mãe está apta a cuidar dele com os sentidos alterados por causa da bebida alcóolica em exagero. Então, o pai, a avó, a cuidadora, qualquer pessoa pode substituir essa mulher, caso ela não esteja em condições de cuidar do bebê no momento.

Gostamos de deixar claro isso, para que não recaia sobre a mulher a responsabilidade total sobre os cuidados da criança ou que se crie um grande tabu em torno da mulher que queira ingerir alguns copos de cerveja ou algumas taças de vinho em um evento.  

Afinal, já somos tão cobradas, limitadas, “castradas”, que os prazeres da mulher ficam sempre em terceiro plano. Então se tiver uma comemoração, vá se divertir sim, deixe tudo organizado com sua rede de apoio e quando voltar, poderá amamentar seu bebê tranquilamente caso esteja dentro da quantidade de álcool indicada para a quantidade de peso de cada mulher, conforme citado acima através de estudos.

Veja estudos sobre amamentação e o consumo de álcool, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/alcool-na-amamentacao-pode/

Talvez você se interesse por essa matéria também: http://www.maesotemuma.com.br/o-que-ninguem-te-contou-sobre-amamentacao/