O assunto é dolorido! Mordida na creche!
Já aconteceu de você ir buscar seu filho na creche, perguntar como foi o dia e se deparar com uma baita marca redonda e até dolorida num bracinho fofinho do seu neném? É uma situação horrível! Mamães leoas não veem nada a sua frente e já vão logo tirar satisfação com as educadoras. Calma!!! Não precisa surtar! É obvio que você leva seu filho para a creche por mil outros motivos e jamais quer vê-lo machucado, mas por incrível que possa ser, mordida entre as crianças pequenas são mais comuns e mais natural do que você possa imaginar. Vamos a algumas explicações pedagógicas.
A primeira coisa que precisamos saber é que crianças pequenas não sabem falar, estão aprendendo a se expressar, suas emoções são variáveis e precisam ser expostas. A criança ainda está aprendendo a se comportar no mundo. A mordida fatalmente ocorre entre crianças de 1 a 3 anos, não só pela imaturidade das emoções e a necessidade de expô-las, mas também por nesta fase elas estarem vivenciando seus prazeres através da via oral. É pela boca que crianças dessa faixa etária sentem prazer e aprendem coisas. Já reparou o quanto colocam brinquedos e diversos objetos na boca?
Outro ponto a se esclarecer é que as mordidas podem não ser só fruto de descobertas da aprendizagem, mas também identificam emoções como irritabilidade, dificuldade de interação no meio social com outras crianças, ou até hábitos que foram desenvolvidos em casa. Quer um exemplo de hábito? Qual mãe não teve vontade de morder seu filho por ser um excesso de gostosura? Se a criança está acostumada a levar mordidinhas da mãe como demonstração de afeto, carinho, talvez ela esteja levando isso para os amigos na creche.
Quando a mordida na creche acontece, o importante é manter a calma e perguntar aos educadores como ela ocorreu. Apesar de ser algo natural, a mordida deve ser combatida, as crianças precisam compreender que morder não é a solução dos problemas. Ao combatê-las, as crianças vão amadurecendo a forma de lidar com as emoções e assumem outras formas de expressá-las. Vale lembrar que as mordidas cessam conforme a fala vai se desenvolvendo, justamente por conseguirem externalizar seus sentimentos.
Portanto, se seu filho foi mordido, procure saber como foi, qual foi o motivo, e não quem foi o “mordedor”, na verdade a criança que mordeu não tem culpa, não podemos vê-la como vilã. Agora, se o seu filho é a criança que morde, fique mais atenta e sempre o repreenda imediatamente a mordida, caso contrário ele não vai compreender, no momento da mordida mostre a ele que dói, machuca, que não é uma situação agradável. Mordida não é vilã, é conhecimento e paciência!
Até breve com mais esclarecimentos pedagógicos pra vocês!
Bianca Santiago
Pedagoga