Eu não desejei ser mãe solo. Acredito que a maioria delas também não desejou criar um filho sozinha. Por mais que a guarda seja compartilhada/alternada, quando você está com o seu filho, são vocês e ponto. Não tem um companheiro(a) para dar apoio e suporte. Sabe, não é uma jornada nada fácil, e eu estou experimentado-a dia-a-dia.
Sei que ainda está recente, mas não tem um dia que eu não me lembre que estou sozinha com meu pequeno. Por mais que eu possa contar com a minha mãe, com a minha irmã ou com a minha ex-sogra. Eu sinto que agora somos eu e ele e isso demanda certa força interior e psicológica para dar conta de tudo sem o pai do meu filho(a).
Existem diversos motivos para uma mãe estar solo: às vezes foi escolha dela própria, talvez ela tenha conseguido se livrar de um relacionamento abusivo, talvez ela tenha sido abandonada ou até mesmo escolheu desde o início ser mãe solo, mas a verdade é que não é NADA fácil.
Inicialmente tudo se ajeita e nós mulheres temos a sensação de darmos conta de tudo sozinhas (afinal, a maioria de nós já cuidava sozinha mesmo quando tinha um companheiro/marido em casa!). Mas o tempo passa, as noites cuidando do filho doente, os dias em que estamos doentes e só precisamos que alguém cuide nós ou mesmo os dias que bate a neura de estar sozinha e o psicológico abalado fala mais alto.
Sim, nos sentimos fracas, cansadas, abandonadas e muitas vezes com a sensação de que não vamos dar conta, principalmente se o pai da criança não “chega” junto. Isso de certa forma nos abala por saber que não podemos contar com quem ajudou a gerar aquela vida. É triste, é frustrante, mas é a nossa realidade.
Apesar de sermos mais fortes do que imaginamos, nós não somos mulheres maravilha… Não! Temos dias de fraqueza, de tristeza, de arrependimentos e de carência, principalmente. É importante falarmos dela, falarmos das dificuldades e desmistificar a mãe sozinha que cria os filhos com força e garra, sem tropeços. Temos muitos e a cada dia vamos sobrevivendo a esse turbilhão de sentimentos que é ser mãe sozinha.
Tenho encontrado apoio em um grupo de mãe solos que, apesar de ser virtual, as mães se encontram, fazem amizades, uma ajuda a outra além das palavras, e, principalmente, a empatia dessas mulheres que criam seus filhos sozinhas é fundamental. A gente acompanha cada história de vida, cada mulher guerreira, cada mulher com que eu não tenho adjetivos para descrever, o máximo que consigo expressar é: elas são FODAS! E é nesse apoio e com a família bem próxima que vou sobrevivendo ao primeiro ano sendo solo…
Lilica.