Categorias
Bebê – 0 a 12 meses Chegou ao mundo

Seio pequeno produz leite?

Quem nunca teve medo de amamentar porque tem seio pequeno? A verdade é que existe um mito muito grande em torno do tamanho dos seios na amamentação.

Muitas mulheres acreditam que não produzirão leite porque tem seios pequenos, quase sem volume, por exemplo. Principalmente porque pessoas dizem para a futura mãe ou recém mãe (já vi casos dentro da maternidade) que ela não terá leite suficiente para alimentar seu (ua) filho (a).

É obvio que isso desestimula a pessoa que as vezes já está tendo dificuldade de pega, de posição ou mesmo o bebê está se ajustando a amamentação passando pelo puerpério. Algumas mulheres relatam que é uma dor emocional horrível ouvir isso de profissionais da saúde que ao invés de desencorajar as mães, deveriam ao contrário, ensinar técnicas, falar coisas boas e positivas para essa recém mãe que também está aprendendo a amamentar.

Mas, ao entender a lógica do funcionamento da produção do leite, percebe-se que independentemente do tamanho do seu seio, você produzirá leite. Pois é, o tecido glandular quem produz leite e não o tecido adiposo (gordura) que dá contorno e volume na mama.

Sem contar que leite é fábrica e não estoque. Então se você estimula o seio colocando o seu bebê para mamar com frequência o corpo entenderá que precisa produzir mais para alimentar o bebê, tornando um ciclo vicioso bom, pois o corpo entenderá exatamente a quantidade de leite que o bebê está demandando.
Caso queira estimular além do que o bebê mamar, você pode fazer isso com uma bomba extratora de leite.

É claro que existem alguns casos de má formação mamária (hipoplasia) que a mulher terá mais dificuldade em produzir leite sim, mas são casos raros e devem ser muito bem analisados e estudados para se chegar a conclusão que aquela mãe não conseguirá produzir muito leite.

Não dá para “condenar” uma mulher olhando superficialmente o tamanho das mamas dela. Até por que os seios incham, aumentam de tamanho com a apojadura, então, o tamanho não será aquele da gestação ou do pós nascimento antes da “descida do leite”.

O que aconselhamos a todas vocês mulheres que estão tentando engravidar ou grávidas: ESTUDEM sobre o tema! Estudem sobre amamentação, como acontece o processo de produção do leite, sobre o colostro, sobre a apojadura, sobre as melhores posições para amamentar, sobre possíveis intercorrências (problemas).

 Pesquisem sobre todo o processo, como o bebê faz para extrair o leite do seio e tudo o que gira em torno dele, para que se alguém tentar te desencorajar com esses tipos de comentários negativos, você saiba que não é verdade e consiga contestar todos os argumentos sem fundamentos das pessoas despreparadas e sem noção que esbarram conosco.

Se é a sua vontade de amamentar e alimentar seu filho com o seu próprio leite busque informações e esteja cercada de pessoas que também irão te apoiar ao invés de te julgar e te botar para baixo, incentivando o uso de leite artificial ou de mamadeira.

É claro que o leite artificial salva vidas mas ele é o último recurso que usamos para resolver questões de dificuldades na amamentação. Uma mãe empoderada com informações e com apoio dentro da sua família, tende a ter maior êxito na amamentação mesmo que passe por alguns percalços

Se você deseja saber mais sobre amamentação clique aqui.

Você também pode se interessar por leite anterior e posterior. Leia a matéria aqui.

Categorias
Chegou ao mundo

Amamentação e álcool, é compatível?

Esse é um tema tabu e polêmico: a ingestão de álcool e a amamentação.
Por muito tempo já se acreditou que a mulher que amamenta não poderia beber nada de álcool mas atualmente os pesquisadores e médicos têm revisto essa ideia através de várias pesquisas científicas recentes.


Tanto a academia americana de pediatria quanto a sociedade brasileira de pediatria, afirmam que somente 2% do álcool ingerido pela mãe chega ao bebê através do leite materno. Isso porque o que a mulher ingere passa por uma transformação metabólica para virar leite, não é algo automático que passa diretamente para o leite.

Diferentemente do que acontece na gestação, o álcool que a mulher ingere é passado diretamente para o bebê que está em formação, por isso não existe dose segura.

Mas quando falamos em bebês que estão em amamentação, isso muda de figura. Estudos apontam que bebês acima de 3 meses são capazes de metabolizar o álcool ingerido em pequenas doses. Portanto, não é proibido a mãe ingerir álcool amamentando, mas ela deve ingerir pequenas quantidades de forma esporádica.

 
Através de pesquisas, os médicos orientam que a ingestão de álcool não deva passar de 0,5g de álcool por quilo do peso da mãe. Exemplo: se a mãe pesa 60kg, ela pode ingerir 60ml de destilado, 230ml de vinho ou 2 cervejas.


Se possível amamentar após 2 horas que ingeriu álcool para o nível de álcool no sangue não estar tão concentrado e ingerir água ajuda a expelir o álcool do organismo.
Observação importante: a mãe precisa estar bem fisicamente para dar conta de cuidar do bebê após a ingestão de álcool, mais um motivo para o consumo ser moderado e esporádico.

Se a mulher ingerir álcool o suficiente para perder seus sentidos, mesmo que não amamente na hora, é preciso que alguém seja responsável por esse bebê, pois o maior perigo aí não seria nem o nível de álcool no sangue, mas sim, se a mãe está apta a cuidar dele com os sentidos alterados por causa da bebida alcóolica em exagero. Então, o pai, a avó, a cuidadora, qualquer pessoa pode substituir essa mulher, caso ela não esteja em condições de cuidar do bebê no momento.

Gostamos de deixar claro isso, para que não recaia sobre a mulher a responsabilidade total sobre os cuidados da criança ou que se crie um grande tabu em torno da mulher que queira ingerir alguns copos de cerveja ou algumas taças de vinho em um evento.  

Afinal, já somos tão cobradas, limitadas, “castradas”, que os prazeres da mulher ficam sempre em terceiro plano. Então se tiver uma comemoração, vá se divertir sim, deixe tudo organizado com sua rede de apoio e quando voltar, poderá amamentar seu bebê tranquilamente caso esteja dentro da quantidade de álcool indicada para a quantidade de peso de cada mulher, conforme citado acima através de estudos.

Veja estudos sobre amamentação e o consumo de álcool, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/alcool-na-amamentacao-pode/

Talvez você se interesse por essa matéria também: http://www.maesotemuma.com.br/o-que-ninguem-te-contou-sobre-amamentacao/

Categorias
Expectativas Maternas

A minha vida parou depois que tive filho

Sim, puérpera, a sua vida parou. Tantos planos imaginando como seriam seus dias depois que o bebê nascesse e parece que nada se concretizou, né?

Para completar, você escorrega o dedo pela tela do celular e descobre que a vida de um tanto de gente está acontecendo. As fotos te mostram que outras mulheres “conseguem” fazer exercícios, ir à praia, ao cinema, levar as crianças sempre limpas e arrumadas pra ir ao parquinho, enquanto você se olha no espelho e se dá conta de que talvez nem se lembre quando foi que escovou o dente sem ser no modo automático e que, talvez, aquele coque na cabeça não tenha saído dali há pelo menos 1 semana.

Camisolas e pijamas estão sendo seu uniforme. O sutiã bege, molhado de leite, já se torna quase um membro do seu corpo. Ir ao banheiro com calma e tomar um banho sem ter alucinações de que ouviu o choro do bebê já se tornaram um luxo.

Me lembro de, nas vezes em que estava puérpera, pensar em qual era o sentido da vida senão: amamentar, trocar fralda, dar banho e botar pra dormir numa espiral infinita em que parece não vermos a luz do túnel nem tão cedo.

Além disso, você tem um bebê no colo que não para de chorar e enquanto tenta como uma investigadora do FBI desvendar o que quer dizer esse choro (a fralda tá trocada, banho tomado, ele já está alimentado e por nada, nadinha, é possível controlar esse som que já virou fundo musical há mais de 2 horas), a mente somada ao cansaço e a restrição de sono explode.

Às vezes a vontade é de entregar o bebê pra primeira pessoa que passar na frente. Eu sei, você só queria sumir um pouco, desaparecer. Tá pesado demais, né? Por alguns segundos você pensou, em silêncio “onde eu fui amarrar meu bode?”.

Tá, veio a culpa logo depois? Como, como é possível pensar em você sem a existência desse ser que apesar de tanto te demandar, você já ama mais que tudo. Você se arrepende na mesma hora desse pensamento e se pune por ter em algum momento permitido que essa ideia passasse na sua cabeça. Fica tranquila, eu não te julgo. Eu já estive 2x neste lugar e sim, sei que é desesperador ver que sua liberdade agora é controlada.

Sim, a sua vida deu uma pausa. Ela não acabou. Nos próximos dias ela será esse misto de quem sou eu com cadê aquela mulher antes de ser mãe. É nesta fase do puerpério, este momento em que a gente se perde pra se reconstruir, que a vida se torna um caos. Por isso é importante fazer uma pausa.

É porque na pausa é que a gente aproveita pra refletir sobre os novos passos, os novos caminhos que daremos pra ela. As amizades que ficaram, as amizades que surgiram. Os ombros que nos emprestaram pra secar nossas lágrimas.

Não se cobre, não se preocupe, está tudo no ritmo certo. Aproveite a pausa porque ela não volta mais. E eu te prometo que um dia você vai se orgulhar deste momento que viveu.

Dicas para cuidar do recém-nascido? Tem vídeo aqui.

Se quiser entender mais sobre o puerpério, clique aqui

Categorias
Expectativas Maternas

Carta para a mãe que não amamentou

Querida mãe que acabou de parir e está na luta para amamentar, eu queria te dizer umas palavras, diferente do que a maioria das pessoas falam, eu queria te acolher nesse momento delicado.

A maioria das pessoas colocam na mulher a carga por não ter conseguido amamentar seu filho. Apesar de parecer algo fisiológico (afinal somos mamíferos), não é tão simples quanto parece a amamentação.  Primeiramente que a ideia da amamentação de um bebê por pelo menos seis meses e em livre demanda, exige que a família “compre” essa ideia junto com a recém mãe, pois ela precisará de apoio emocional e físico.

Tudo o que o pai não conseguir fazer em relação dar de mamar, o restante ele conseguirá estando presente, dando apoio emocional, físico, encorajando dessa mulher que está num momento frágil da sua vida.

O pai ou a rede de apoio da mulher, pode por o bebê para arrotar, trocar a fralda, pegar água para  a mulher, botar o bebê para dormir pós mamada. A mulher não precisa se sentir sozinha nessa jornada que muitas vezes se torna muito desafiadora.

Eu sei que você se preparou para esse momento mágico com seu filho(a) buscando informação, fazendo cursos, para tudo sair como o esperado e desejado. Mas nem sempre as coisas saem como planejamos, muitas vezes alguns acontecimentos independem de nós.

Eu queria te falar que se por algum motivo de força maior ou até mesmo de necessidade ou escolhas pessoais que fazemos para tentar sobreviver ao caos que é passar pelos primeiros dias com um bebê recém-nascido, NÃO se sinta culpada.

Nós, mães, fazemos de tudo o que está a nosso alcance, mas nem sempre conseguimos beirar a perfeição! Se você amamentou pouco, teve que complementar com leite artificial, sofreu alguma cirurgia de urgência que te impediu de amamentar, ficou doente ou qualquer outra situação que fez seus planos mudarem em relação a amamentação, calma. Nem tudo está perdido.

Podemos nos dar o momento de ficarmos tristes sim, pois nossos planos não foram alcançados mas tente não se culpar, por favor. Já carregamos tantas culpas ao longo dessa jornada que é a maternidade, então, se você puder tirar pelo menos essa culpa dos seus ombros, já irá te ajudar bastante.

Quando damos leite artificial a nossos filhos, por motivo de força maior, estamos dando amor também, estamos dando alimento que o fará ganhar peso, crescer e se desenvolver. Por isso, você está fazendo o melhor para ele(a) dentro das suas possibilidades e não, você não será menos mãe por isso. A sua jornada como mãe, conta com muitos outros fatores ao longo da vida do bebê do que somente a amamentação exclusiva no seio materno.

Tenha orgulho da sua jornada como mãe, por tudo o que você fez e faz pelo seu filho, deixando de lado a culpa que nos assombrar sempre que a palavra “amamentação” surgir. Você tentou, lutou, as vezes, por falta de informação foi levada a situações delicadas mas esteve sempre buscando o melhor para ele. Você não é menos mãe por isso!

Talvez esse texto te interesse: http://www.maesotemuma.com.br/primeiros-dias-da-amamentacao/

Categorias
Bebê – 0 a 12 meses

Primeiros dias da amamentação

As mães em geral têm muito receio da amamentação: de ouvir falar situações difíceis dos conhecidos, de não ter leite, de machucar…. Muitas nos procuram para fazer o curso de casais grávidos e gestantes focando mais nessa parte. O que é muito bom porque elas estão buscando informações para esse momento importante.

Para começar, apesar de amamentar parecer ser algo natural, nem sempre é simples e existem muitas informações confusas por aí. Na dúvida, sempre procure por uma consultora de amamentação para ajudar neste momento. Por isso trouxemos algumas dicas importantes para esse momento. Confira abaixo!

•             primeira vez amamentando: o que vai acontecer?

Na primeira vez, ainda não sairá o leite materno, mas sim o colostro. Sai pouco, no início vai dar saciedade por bastante tempo, porém depois de algumas horas o bebê começará a sentir mais fome e pode ser que ele queira mamar em um intervalo mais curto. Tente, se possível, amamentar o bebê assim que ele nascer.

•             posso oferecer o seio sempre que ele quiser?

Claro! O peitinho é sempre bem-vindo. Nas primeiras 24h de vida, o bebê dorme um pouco mais e pode ser mais difícil para vocês acordá-lo. Enquanto você tiver colostro, pode estimulá-lo a cada 3 ou 4 horas.  Mas se ele quiser mamar em menor intervalo, sem problemas. Depois, quando o leite descer, o bebê escolherá o seu próprio ritmo e você pode oferecer em livre demanda.

•             O que fazer quando as mamas estiverem duras?

Massagem e ordenha (manual ou na bomba). O leite materno é um filtrado do sangue, por isso, não se deve colocar compressas mornas, quentes ou frias. Isso porque o calor ajuda a vir mais sangue para as mamas e, assim, aumentar a produção do leite. E se colocar compressas geladas, as mamas que já estão com o leite “gelatinoso”, endurecerão e deixarão o leite mais preso nelas.

•             Como eu faço a massagem?

Deve ser feita em movimentos circulares, com as pontas dos dedos, sem deslizar os dedos sobre a mama. Primeiro, ao redor da aréola, depois ao redor do seio todo, como se fosse um alvo, do centro para fora. A massagem deve ser feita até a mama amolecer, e depois a ordenha. Mas a ordenha não pode ser feita por mais que 15 minutos, para não estimular a produção exagerada.

•             como saber se a pega está correta?

Quanto mais aréola tiver em contato com a língua, melhor será a mamada. O mamilo deve encostar no “céu da boca”. Para isso, encaixe o peito com o bico voltado pro nariz do bebê, em um movimento de nariz pra boca. O lábio inferior do bebê tem que ficar no limite da aréola e a boca deve estar com os lábios voltados para fora, a bochecha redonda, sem covinhas e a mamada sem barulhos.

•             E se aparecerem machucados?

A primeira coisa é corrigir a pega, pois se ela estiver errada, gera as lesões. Depois passe o seu próprio leite, pois além de hidratar e limpar, ele também cicatriza.

Você ir até um Banco de Leite Humano, obter ajuda gratuita ou contratar uma consultora de amamentação que irá até a sua casa.

Clique aqui para achar um banco de leite mais próximo de você! https://rblh.fiocruz.br/localizacao-dos-blhs

Categorias
Bebê – 0 a 12 meses Chegou ao mundo

O bebê não precisa arrotar

Uma das coisas que a gente sempre ouve é que depois de amamentar o bebê, ele precisa arrotar. Já ouviu alguma vez?

No imaginário das pessoas essa é a cena: a mãe amamenta o bebê (ou ele toma a mamadeira), o bebê dormiu mamando (naquela posição super confortável) e você mexe nele, deixando-o em pé, batendo nas costas ou sacudindo-o até que ele arrote por 20, 30 minutos e… nada!

Nem um arrotinho!

Não, gente! Nem todo bebê VAI arrotar.

Os pais não ficam conformados porque ouviram que o bebê “precisa arrotar”, mas desta vez não saiu nadinha.Isso porque a lógica do arroto é se o bebê mama bem ao seio, com uma pega bacana, boa sucção tem poucas chances de ter engolido ar enquanto mamava, logo se não entrou ar, dificilmente ele arrotará.  

A mesma lógica é aplicada pro bebê que utiliza a mamadeira. O colocar e tirar a mamadeira na boca do bebê, girar o fluxo total  de leite e depois diminuir muitas vezes acaba ajudando na entrada de ar, o que pode aumentar o desconforto e ter gases pra arrotar.

Agora, caso o bebê mame mamadeira, estiver demonstrando incômodo e irritação após mamar ou bebês que mamam e tiram a boquinha do seio algumas vezes ao longo da amamentação (isso porque a sucção dele perde o vácuo feito no seio) é interessante manter o bebê em uma posição mais verticalizada por uns 10 – 15 minutos (sem tapinhas nas costas e sacudidas, por favor!) para evitar possíveis desconfortos.

Quando digo posição verticalizada, não precisa ser exatamente a 90 graus. Mas evitar que ele se deite assim que se alimentou é uma maneira interessante de evitar o desconforto do gases.

O interessante de deixar o bebê verticalizado por pelo menos 10 minutos é pra evitar que o leite volte e ocorra a famosa “golfada”.  Neste curto período o corpo retêm o líquido ingerido e, com isso, evita que ele seja jogado pra fora.

Caso o bebê tenha muitos gases, uma forma de alívio é fazer o movimento da bicicletinha (aquele que simula que as pernas do bebê estão andando de bicicleta) porque, em geral, ajuda a eliminar gases mais facilmente.

E você, sabia que não precisava ter arroto a cada mamada?

Talvez você se interesse por esse tema também: http://www.maesotemuma.com.br/5-coisas-que-nunca-deve-fazer-com-o-seu-bebe/

Categorias
Expectativas Maternas

O que ninguém te contou sobre amamentação

Meu objetivo com esse texto, sendo psicóloga, é sair desse discurso do senso comum de dualidade de “certo e “errado” para ampliar o olhar para essa mulher e reforçar a certeza de que somos um ser integral, nem só biológico, nem só psicológico, nem só social.

Você e eu sabemos que o aleitamento materno tem diversos benefícios e que é o ideal para o bebê. Reduz a mortalidade infantil, infecções, protege contra alergias e estimula o vínculo entre a mãe e o recém-nascido. Mas você sabia que apesar de tantos benefícios, pesquisas indicam que apenas 40% das crianças no mundo recebem amamentação exclusiva no início da vida? (Unicef) E por que, mesmo havendo campanhas, tendo mais acesso à informação, esse índice ainda é tão baixo?

Porque apesar da amamentação ser considerada uma prática natural, ela é atravessada por muitas questões, que não andam sendo consideradas, inclusive nessas campanhas. A amamentação é determinada biologicamente, mas também emocional e culturalmente.

Amamentar é uma decisão da mãe que envolve:

– Sua história de vida: Noto que a experiencia da mãe da mãe, tem um impacto direto nas crenças e expectativas das mulheres com respeito a amamentação. Algumas ouviram das próprias mães que foi uma experiência maravilhosa, outras que foi difícil, que machucou, que o leite não sustentou, que não conseguiu. Essas informações que passaram a vida ouvindo, mais as experiências de outras pessoas significativas, mais o que se diz sobre o assunto culturalmente, vão fazendo essa mulher construir crenças que influenciam de forma direta seu comportamento com respeito a amamentação.

– Apoio: O apoio de profissionais no processo da amamentação é fundamental, pode fazer toda a diferença se ela conseguirá ou não amamentar. Ter informação anterior ao processo não é suficiente, pois podem surgir muitas dúvidas e situações não esperadas. 

– Condições físicas e emocionais dela e do bebê: Dependendo do estado de saúde da mãe, pode ser que a amamentação não seja recomendada. Seja pelo risco de passar algum tipo de doença para o bebê ou pelo uso de medicações necessárias.

– O valor social que é dado a amamentação: Como já citei, o olhar cultural para a amamentação também influencia muito essa decisão. Sabemos que nem sempre o aleitamento materno foi algo valorizado e estimulado como vem sendo hoje. No livro de Elizabeth Badinter, “O mito do amor materno”, demonstra que houve uma época em que amamentar era considerado algo irrelevante. Já que os bebês eram amamentados por amas de leite. Isso começa a mudar por uma questão social e econômica. Quando a mortalidade infantil começa a aumentar e impactar a economia é que começam a difundir a amamentação como algo valoroso.

– Questões psicológicas: São inúmeros motivos psicológicos e emocionais que podem impedir ou dificultar uma mulher de amamentar. Infelizmente, ainda hoje as questões ditas psicológicas, não só no que diz respeito a amamentação são vistas como “frescura” e com uma série de outros julgamentos. Muitas mulheres têm dificuldade de amamentar por vergonha, por não ter uma relação saudável com o próprio corpo, por receio das mudanças corporais que a amamentação pode trazer, por ter vivido abuso sexual. E como psicóloga e mãe, não considero nada disso frescura. Para cuidar dessas questões, precisamos aceitar que elas existem e que causam muito sofrimento a muitas mulheres.

Além disso, algo que noto ser muito comum são casos em que as mulheres não conseguem separar a maternidade da sexualidade. Vivem conflitos inconscientes no processo de amamentação. Não conseguem atribuir ao seio uma outra função a não ser a sexual. Amamentar para essa mulher é algo insuportável, porque associam a sucção do bebê, a exposição do seio, a uma estimulação erótica.

E a isso podemos atribuir a nossa cultura, já que aprendemos a associar a maternidade sempre com pureza e santidade. Como se, ao nos tornarmos mães, deixássemos de sermos mulheres.

São muitas as questões que envolvem a amamentação quando olhamos de uma forma ampla e cuidadosa. As campanhas generalistas que vejo hoje, só reforçam ainda mais o sofrimento das mães, que se culpam por “não conseguirem” realizar algo dito tão natural e ainda se sentem responsáveis pelas possíveis consequências que isso pode gerar para seus filhos.

 Além de consequências para saúde física, essas campanhas enfatizam o aleitamento materno como fundamental para a construção do vínculo mãe/bebê. E te convido a ampliar também essa questão. Winnicott, um teórico importantíssimo que pesquisou o vínculo mãe/bebê fala que a amamentação é sim uma via privilegiada para a construção desse vínculo, porque o aleitamento materno, o contato corporal com a mãe, se aproxima muito da necessidade do bebê da continuidade uterina (teoria exterogestação). Mas note, ele disse que essa é uma via privilegiada, não a única. Em seus estudos, ele observou que algumas mães mesmo sendo zelosas e cuidadosas tinham dificuldades com a amamentação. 

A qualidade do vínculo acontece para além do peito, em alguns casos, quando amamentar é algo muito difícil para a mãe, o vínculo pode ficar mais comprometido, do que se ela optar por não amamentar. Segurar, tocar manipular, o olho no olho pode ser mais facilitador da intimidade entre mãe e bebê, do que em casos que essa mãe se sente obrigada a fazer isso.

Meu compromisso é acompanhar mães, levando em conta sua singularidade e suas possibilidades, porque sendo mães, tudo que menos precisamos é de mais geradores de culpa.

Categorias
Curso para casais grávidos

Toda mãe de primeira viagem deveria ler

Mamãe de primeira viagem, você já parou para pensar se tivesse acesso a algumas informações valiosas que você deveria saber sobre o seu bebê desde antes de nascer até os primeiros meses? Incluindo sobre a amamentação que é um momento tão delicado de descobertas e ajustes?

Você já parou para pensar que poderá passar pelo puerpério (pós nascimento do bebê) de forma mais tranquila sabendo quais são as possíveis mudanças que seu corpo, mente e emocional provavelmente terão? Que o seu marido/parceiro/companheiro também teria essas informações valiosas sobre todo esse momento delicado da vida de um casal que é a chegada de um bebê?

Nem sempre as mamães que passaram pela experiência de ter um bebê nos conta os detalhes sobre todas essas mudanças! E às vezes podem passar informações errôneas…

Pensando nisso tudo, eu e a minha amiga Aiga, pensamos em um curso de gestantes no formato de como nós gostaríamos que fosse quando estávamos grávidas e tivemos tantas dúvidas. Um curso com poucos casais para poder haver uma maior interação, um curso em que pudéssemos ser ouvidas, pudéssemos tirar dúvidas, sem vergonha de perguntar.

Um curso que abordasse o plano de parto, mala da maternidade, primeiros cuidados, amamentação, alimentação durante a gestação e na amamentação e puerpério. Juro que ninguém NUNCA me falou sobre o tal do puerpério, e eu sofri logo de cara com ele.

Por isso, planejamos algo através da nossa experiência e necessidade com muito carinho, esmero, estudo e convidamos as melhores profissionais do ramo da nutrição (Nutriped) e da psicologia, especializada em pós parto (Tatiana Queiroz) para compor nossa equipe!

O Curso de casais grávidos foi desenvolvido para passar o máximo de conteúdo, o que realmente é importante, em um dia de curso, que começa as 9h e termina as 16h, com 1h de intervalo para almoço. Além disso, temos sorteio com alguns mimos dos nossos parceiros que vocês irão adorar! O curso acontece na cidade do Rio de Janeiro.

Se interessou? Ficou curiosa para saber mais informações sobre o curso? Nos procure através do instragram @blogmaesotemuma ou nos envie um email: blogmaesotemuma@gmail.com, que iremos sanar todas as suas dúvidas. Não deixe passar essa ótima oportunidade de se preparar para a chegada do seu bebê tão amado e esperado.

 

Curso de Casais Grávidos Mãe Só Tem Uma

 

 

Com carinho,

Lilica e Nana.

Categorias
Questão de saúde

Amamentação: guia básico

Olá, papais e mamães.

Se você está perto de ter o bebê ou acabou de tê-lo, pode estar com algumas dúvidas sobre esse momento.

Para isso, trouxe um guia básico sobre as informações mais importantes sobre esta nova etapa: amamentação.

Para começar, apesar de amamentar ser algo natural, nem sempre é simples e existem muitas informações confusas por aí. Na dúvida, sempre procure por uma consultora de amamentação para ajudar neste momento.

 

  • Primeira vez amamentando: o que vai acontecer?

Na primeira vez, ainda não sairá o leite materno, mas sim o colostro. Sai pouco, no início vai dar saciedade por bastante tempo, porém depois de algumas horas o bebê começará a sentir mais fome e pode ser que ele queira mamar em um intervalo mais curto. Tente, se possível, amamentar o bebê assim que ele nascer.

  • Posso oferecer o seio sempre que ele quiser?

Claro! O peitinho é sempre bem-vindo. Nas primeiras 24h de vida, o bebê dorme um pouco mais e pode ser mais difícil para vocês acordá-lo. Enquanto você tiver colostro, pode estimulá-lo a cada 3 ou 4 horas.  Mas se ele quiser mamar em menor intervalo, sem problemas. Depois, quando o leite descer, o bebê escolherá o seu próprio ritmo e você pode oferecer em livre demanda.

  • Ofereço as duas mamas ou apenas uma só?

Não existe regra. Oferecendo uma mama depois da apojadura (descida do leite), o bebê mama mais gordura, ganha peso e fica saciado. Porém, pode ser que suas mamas estejam muito cheias e você queira oferecer as duas mamas a ele. Na mamada seguinte, comece pela última mama que você ofereceu.

  • O que é apojadura?

É o momento em que o colostro é substituído pelo leite. Em geral, acontece entre 3 e 5 dias. Você saberá que o leite desceu através de alguns sinais, como: a mama fica quente, dolorida e dura. Você passará a produzir uma quantidade bem maior de leite do que o bebê consegue mamar. Por isso, o leite acumula virando uma gelatina, dando aspecto mais endurecido ao seio. Isso acontecerá apenas no início, porque depois de uns dias seu corpo perceberá qual é a demanda do bebê e parará de produzir em excesso.

E sempre que você ficar um período grande sem amamentar, suas mamas podem ficar mais duras.

  • O que fazer quando as mamas estiverem duras?

Massagem e ordenha (manual ou na bomba). O leite materno é um filtrado do sangue, por isso, não se deve colocar compressas mornas, quentes ou frias. Isso porque o calor ajuda a vir mais sangue pras mamas e, assim, aumentar a produção do leite. E se colocar compressas geladas, as mamas que já estão com o leite “gelatinoso”, endurecerão e deixarão o leite mais preso nelas.

  • Como eu faço a massagem?

Deve ser feita em movimentos circulares, com as pontas dos dedos, sem deslizar os dedos sobre a mama. Primeiro, ao redor da aréola, depois ao redor do seio todo, como se fosse um alvo, do centro para fora. A massagem deve ser feita até a mama amolecer, e depois a ordenha. Mas a ordenha não pode ser feita por mais que 15 minutos, para não estimular a produção exagerada.

  • Como saber quanto que o bebê mamou?

Repare nas fraldinhas sujinhas em um dia. Se ele sujar seis, ele está mamando bem. Quanto mais ele mamar, mais fraldas vai sujar.

  • Como colocar o bebê pra mamar? Se não fizer direito, machuca?

A pega é realmente muito importante. Se ela estiver errada, pode machucar bastante, além do bebê não mamar o que precisa. E ele acaba emagrecendo, o leite diminuindo, afinal, se o leite não “está saindo”, o corpo não produz mais.

Pra entender sobre a pega, é importante saber que o bebê mexe a mandíbula e a língua pra mamar. Dessa forma, a língua deve massagear a aréola e não o bico. A pega correta não dói e não machuca.

  • Quem tem bico pequeno pode amamentar?

Claro, o bico serve para “tocar o céu da boca” e lembrar o bebê de começar a mamar. Onde o bebê tem que apertar para o leite sair é a aréola.

  • Como saber se a pega está correta?

Quanto mais aréola tiver em contato com a língua, melhor será a mamada. O mamilo deve encostar no “céu da boca”. Para isso, encaixe o peito com o bico voltado pro nariz do bebê, em um movimento de nariz pra boca. O lábio inferior do bebê tem que ficar no limite da aréola e a boca deve estar com os lábios voltados para fora, a bochecha redonda, sem covinhas e a mamada sem barulhos.

  • O que fazer antes de amamentar?

Limpe o seio somente com o seu leite. Além de hidratar, ele limpa melhor que água, removendo as bactérias da pele.

  • E se aparecerem machucados?

A primeira coisa é corrigir a pega, pois se ela estiver errada, gera as lesões. Depois passe o seu próprio leite, pois além de hidratar e limpar, ele também cicatriza.

  • Depois de amamentar, o que devo fazer?

Colocar o bebê para arrotar. Nem sempre ele arrota, somente se tiver engolido ar. O ideal é que mantenha-o em pé por uns 15 minutos e depois pode colocá-lo no berço de barriga para cima.

 

Nana.

 

Fonte de pesquisa: Maternidade Perinatal

Categorias
Questão de saúde

Influência da alimentação na Amamentação

Durante a amamentação, a demanda nutricional fica ainda maior, a necessidade de micronutrientes e energia aumenta, pois o processo de produção do leite exige muito do organismo da mãe.

Nenhuma nutriz deve pensar: “Ufa! Agora que já tive meu bebê, posso retirar vários alimentos do meu dia e emagracer mais rápido!”. Não, definitivamente não é o momento de realizar dietas restritivas e excluir qualquer alimento sem orientação de um profissional qualificado.

A concentração de alguns nutrientes no leite materno está diretamente relacionada à alimentação materna, como as vitaminas do complexo B, a vitamina A, a vitamina D e o iodo. Aqueles nutrientes que não sofrem interferência direta merecem atenção da mesma forma, já que para compor o leite eles são depletados do organismo materno.

A recuperação gradativa do peso no pós parto é importante para garantir a adequada produção e ejeção do leite. Alguns estudos mostram que o excesso de peso pode inibir a prolactina e a ocitocina que são os hormônios envolvidos nesse processo.

Não adianta consumir cerveja preta (totalmente contraindicada) e tão pouco canjica. O que estimula a produção do leite é a sucção do bebê e alguns estudos apontam também a musicoterapia (redução do estresse). Então, ao amamentar, escolha uma música que te acalme e te faça bem! A água também é importantíssima, logo, não fique com sede!

Nenhum alimento deve ser evitado a fim de resolver problemas de cólicas no bebê. Nos primeiros meses, a criança tem uma cólica fisiologica e pouco é infuenciada pela alimentação materna. Caso haja dúvidas, perceba se ouve algum alimento associado ao desconforto do bebê. O que deve ser evitado de fato? O ÁLCOOL (não existe dose segura) e o excesso de cafeína (chás, café, mates, refrigerantes e chocolate).

A nutriz deve manter uma alimentação saudável não só pelos fatores mencionados acima, mas também porque pelo leite materno a criança continua conhecendo os sabores dos alimentos (iniciado na gestação) e se familiarizando com eles.

E o papai? Onde entra nisso tudo? Ele não é um mero espectador, porque os sentimentos e emoções da mãe influenciam a ejeção do seu leite. É importante tornar o ambiente favorável aos bons sentimentos e sensações. O pós parto já é um momento estressante, de rotina nova e tem um BOOM de alterações hormonais, então todo cuidado deve ser tomado e esse cuidado envolve os pais.

Gostou desse texto? Nos vemos no próximo mês novamente!

Continue nos acompanhando nas redes sociais @nutriped e facebook/nutriped!

Anna Carolina Ghedini e Priscila La Marca

Categorias
Expectativas Maternas

Carta à mãe que não conseguiu amamentar

Querida mãe que acabou de parir e está na luta para amamentar, eu queria te dizer umas palavras, diferente do que a maioria das pessoas falam, eu queria te acolher nesse momento delicado.

Eu sei que você se preparou para esse momento mágico com seu filho(a) buscando informação, comprando concha para os seios, pomadas, pegando sol nos seios para tudo sair como o esperado e desejado. Mas nem sempre as coisas saem como planejamos, muitas vezes alguns acontecimentos independem de nós.

Eu queria te falar que se por algum motivo de força maior ou até mesmo de necessidade ou escolhas pessoais que fazemos para tentar sobreviver ao caos que é passar pelos primeiros dias com um bebê recém nascido, NÃO se sinta culpada.

Nós, mães, fazemos de tudo o que está a nosso alcance mas nem sempre conseguimos beirar a perfeição! Se você amamentou pouco, teve que complementar com leite artificial, sofreu alguma cirurgia de urgência que te impediu de amamentar, ficou doente ou qualquer outra situação que fez seus planos mudarem em relação a amamentação, calma. Nem tudo está perdido.

Quando estamos grávidas ou planejamos ser mães, idealizamos tantas coisas que nem sempre conseguimos colocar em prática e as vezes vejo que muitas mães ficam frustradas quando não conseguem amamentar o tanto quanto desejaram.

Podemos nos dar o momento de ficarmos tristes sim, pois nossos planos não foram alcançados mas tente não se culpar, por favor. Já carregamos tantas culpas ao longo dessa jornada que é a maternidade, então, se você puder tirar pelo menos essa culpa dos seus ombros, já irá te ajudar bastante.

Quando damos leite artificial a nossos filhos, por motivo de força maior, estamos dando amor também, estamos dando alimento que o fará ganhar peso, crescer e se desenvolver. Por isso, você está fazendo o melhor para ele(a) dentro das suas possibilidades e não, você não será menos mãe por isso. A sua jornada como mãe, conta com muitos outros fatores ao longo da vida do bebê do que somente a amamentação exclusiva no seio materno.

Entendemos que o leite materno é o melhor a oferecer ao seu bebê, se você tiver condições de amamentar, se seu filho(a) tiver condições de mamar e tantas outras variações que podem ocorrem ao longo do processo da amamentação.

Entenda e repita para você mesmo: eu estou sendo a melhor mãe que meu filho(a) poderia ter! E não se culpe tanto…

 

Com carinho e acolhimento,

Lilica.

 

OBS: esse texto foi inspirado e em homenagem a uma amiga que passou por esse momento delicado e me fez pensar muito sobre as mães que passam por situações parecidas.

Categorias
Questão de saúde

O que você oferece as mães? Apoio ou crítica?

Uma pesquisa americana recente revelou que mais da metade das mães relatam receber críticas pelo modo como criam seus filhos, sendo seus maiores críticos pessoas bem próximas, como os pais, sogros e até parceiros. Será que a realidade no Brasil é muito diferente?

Segundo a pesquisa, dentre as críticas mais frequentes encontram-se questões relacionadas à disciplina, sono, amamentação e nutrição de seus filhos. Confirmamos isso em nosso dia a dia no consultório. Muitas mães, inclusive, recebem críticas por seguir a orientação do profissional de saúde, já que desde sempre a alimentação foi guiada pela família de forma diferente e ninguém “nunca morreu ou passou mal”!

Todo conselho, por mais que seja dado com boa intenção, deve ser avaliado e dado com muita cautela. Alguns deles podem trazer mais estresse do que tranquilização e gerar mais malefícios do que benefícios à criança e à mãe. Imagina todo mundo dando pitaco nas atitudes da mãe? Que confusão!

A maternidade é mágica em muitos aspectos, mas também é difícil e requer cuidados. A mulher muitas vezes encontra-se fragilizada, com mil dúvidas na cabeça, insegura e precisa receber carinho e apoio dos seus familiares e amigos. O excesso de críticas aumenta a tensão envolvida na criação dos filhos e até mesmo os profissionais de saúde devem ser cuidadosos na forma como lidam com a rotina familiar e transmitem suas orientações.

Se você é uma dessas pessoas cujo hábito é criticar, cuidado com seus pensamentos! Todo pensamento gera um sentimento que leva à uma ação. Logo, não analise tanto as atitudes de uma mãe para não criar o sentimento de julgamento dentro de você e acabar apontando o dedo para ela. Caso ela peça a sua opinião, dê, mas pese as palavras e escute sobre sua rotina e suas possibilidades. As mães ficam sobrecarregadas com tantas visões conflitantes sobre qual o melhor jeito de criar seus filhos.

No caso da alimentação e nutrição, observamos que isso acontece muito no período da amamentação e da introdução de novos alimentos. Existem pessoas que criticam as outras por

se prender a mitos mentirosos ou por achar que apenas a sua experiência é determinante para afirmar o que é melhor, como dizer que existe “leite fraco” ou que “um docinho nunca matou ninguém”. Um conselho mal dado e as críticas podem influenciar o crescimento e o desenvolvimento da criança, especialmente nessas duas fases, que são determinantes na infância e na vida adulta.

Em geral, as pessoas confundem duas atitudes: APOIAR e CRITICAR. Você deve apoiar, cuidar, acalmar, trocar experiências e incentivar. Não deve criticar, julgar e apontar. Reflita antes de dar conselhos, especialmente quando são inúteis, porque quando não são solicitados, a mãe pode percebe-los como se ela não estivesse sendo boa mãe e isso pode ferir seu coração.

Já experimentou dar créditos à mãe? Se coloque na posição dela e perceba como é lidar com tantas opiniões e tantas atualizações. Nem se tudo fosse regra seria possível seguir por um caminho previsível, pois cada pessoa é única e possui sua forma de dar os passos.

Anna Carolina Ghedini e Priscila La Marca

Nutriped

Categorias
Bebê – 0 a 12 meses Bebê – 1 a 2 anos Chegou ao mundo

Dicas para criar uma criança de forma saudável

Uma criança tem que ser saudável em todos os aspectos e criando um hábito até a fase adulta. A influência dos pais é muito importante para que ela tenha a noção do como é essencial que pratique sempre os hábitos mais saudáveis e que todos os dias isso aconteça, pois, as crianças não carregam o pensamento e a responsabilidade que faz com que pensem que isso tem que ser efetuado todos os dias.

Isso desde recém-nascido! Pediatras afirmam e dão a dica que um bom pré-natal desde o início da gravidez, leva a um parto saudável, ajuda a prevenir e descobrir doenças com antecedência.

Outro cuidado necessário é a amamentação adequada. O leite materno deve ser o único alimento do bebê nos primeiros meses de vida. A partir dos seis meses, devem ser introduzidos na dieta, frutas e legumes. Mas a amamentação não deve ser suspensa até os dois anos.

Separamos algumas coisas que são essenciais na saúda da criança. Confira:

  • Até os seus três anos, é EXTREMAMENTE IMPORTANTE que as vacinas estejam em ordem e que a criança acompanhe o cartão de vacinas sem nenhum atraso. A vacina é muito importante na saúde da criança, ainda mais quando é muito nova e completamente indefesa.
  • Praticar esportes é algo que deve ser essencial. É muito bom que isso seja influenciado desde pequeno, para que ele não tenha o risco de ter um sobrepeso. O esporte também é muito bom para um estímulo da criança, que é físico e mental. Desse jeito ela se sente melhor e tem o hábito alimentar saudável. Natação, por exemplo, é um esporte que oferece todos esses tipos de benefícios.
  • Saúde mental é algo que toda criança precisa antes de qualquer coisa. Ela se desenvolve com pais presentes, com conversas, com muito amor e carinho para dar ao filho. Um ambiente calmo favorece muito a saúde dela.
  • A higiene contribui muito com a saúde. A partir do momento que o dente da criança nasce, é importante que comece a escovação todos os dias. O hábito de lavar as mãos sempre que ela for comer ou brincar, também é importante. Incentivar a higiene da criança, ajuda na saúde desde sempre e mais para frente, o seu filho vai ter cuidados que aprendeu desde pequeno.

Essas dicas foram absorvidas através de uma pesquisa realizada com um pediatra profissional. O que achou? Você está incentivando a saúde do seu filho? Conte para nós os hábitos dele.

 

Carolina Almeida

É colaboradora do blog Mãe Só Tema Uma e escreve para o blog Família & Cia

Categorias
Bebê – 0 a 12 meses Bebê – 1 a 2 anos Chegou ao mundo

Carta pelo desmame do meu filho

Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2015.

Querido filho,

Hoje eu quis deixar registrado o meu muito OBRIGADA por esses 17 meses em que fomos um parte do outro a cada vez que pude amamentar você.

Obrigada por me permitir realizar o meu grande sonho! Obrigada por receber toda a minha dedicação incansável de amamentação.

Sabe, por você eu faria tudo de novo, choraria as mesmas primeiras lágrimas quando te amamentei pelas primeiras vezes e pensava que era uma dádiva ter você em meu colo. Choraria as lágrimas de dor de novo, aquelas quando o meu seio passou pela adaptação do colostro para o leite, ou do bico muito machucado. Doeu, filho! Doeu um bocado! Mas cada vez que te olhava, pensava: “ele merece qualquer sacrifício meu”.

Não tenha dúvidas que eu acordaria três, quatro, infinitas vezes nas madrugadas para te alimentar novamente, se fosse preciso, só para te ver dormindo no meu aconchego depois de estar com a barriguinha cheia.

Esses momentos me fizeram com que eu me sentisse única e especial! Afinal, eu era a sua ÚNICA fonte de alimento. E como você cresceu através do meu leite! Eu me sentia tão orgulhosa por ter conseguido e você foi um dos grandes responsáveis pelo nosso êxito nesta linda e árdua tarefa.

Era mágico ver o seu sorriso toda vez que eu te mostrava o meu seio e te dizia: “Filho, quer peitão??” e você como um pequeno esfomeado, se jogava em mim, louco pra mamar.

Foi com você que dei divertidas risadas, toda vez que minha concha de seio estava cheia e, por ter me esquecido disso, me abaixava e uma cachoeira escorria pela minha blusa.

Você me permitiu doar o excedente do seu leite durante 9 meses para tantos bebês que precisavam. E me mostrou que a gente deve ensinar a caridade para as crianças desde bebês.

Nunca me esquecerei das diferentes posições de amamentação que criamos e que você se divertia. Tampouco as vezes em que seus dentinhos nasceram e você, com toda a delicadeza, evitava me machucar.

E os carinhos que recebi enquanto você se esbaldava de tanto mamar?? Como eu vou sentir falta!! Eles me diziam que você estava muito grato. E eu peço a Deus para que nunca me esqueça do seu olhar risonho e feliz!

Mas hoje… hoje eu sinto que você não precisa mais do meu seio, você não o deseja mais. No fundo, eu queria continuar, porque continuar significa pra mim manter o nosso vínculo afetivo sempre MUITO visível a todos, já que neste momento somos você e eu, eu e você! E só nós dois nos bastamos! A verdade é que sei que mais uma página da nossa história foi escrita e agora caminhamos para uma novinha em folha.

Eu acho que depois que o médico cortou o seu cordão umbilical que nos uniu durante 40 semanas, o desmame é mais um novo marco de sua independência. E sabe, estou muito ORGULHOSA de você! Porque já não te vejo mais como um bebezinho! Você caminha rumo ao mundo que terá pra conquistar! Vai, filho! O mundo é todo seu!

E, se algum dia você tiver um irmão(ã), tentarei ter com ele/a o mesmo empenho que tive por você.

Por tudo isso, só posso te dizer MUUUUITO OBRIGADA!! MUIIITO mesmo!!

Com todo o meu carinho e amor,

Mamãe (Nana).

 

*Dedico este texto ao meu amado Theo.

O desmame do Antonio, filho da Lilica, também foi retratado por aqui.

Se você quiser ler a carta para o primeiro dia de creche, clique aqui!

Categorias
Bebê – 0 a 12 meses Chegou ao mundo

A doce-árdua tarefa de amamentar

Olá, mamães!

Hoje venho falar de algo MUITO importante na vida dos nossos bebês, mas ao mesmo tempo uma tarefa muita cansativa e desgastante: a amamentação.

Temos visto muitas campanhas pelo aleitamento exclusivo do bebê até os 6 meses de vida. Principalmente porque no Brasil temos taxas baixas de aleitamento até os 6 primeiros meses (a taxa média no Brasil é de 41% de aleitamento até os 6 meses).

Todas nós sabemos que não seria fácil amamentar, principalmente se for o primeiro filho. O bico dos seios ainda não estão acostumados a alguém sugando o tempo todo, por isso o sofrimento inicial. Por isso, não desista fácil. Leia, se informe, procure ajuda para conseguir amamentar seu bebê.

Além de todas as dificuldades encontradas no caminho (bico rachado, leite empedrado, mastite, dores, sangramento no bico do seio, sensibilidade, baixa produção, falta de apoio familiar, retorno precoce ao trabalho) muitas vezes a amamentação nos leva à exaustão.

Eu não tenho dúvidas em relação a isso, meu bebê mamou até os seis meses somente no seio e as madrugadas foi a parte mais difícil de todas. Normalmente meu bebê acorda de 2 a 3 vezes a noite para mamar, sem contar as noites que ele acorda de hora em hora. A privação do sono é algo aterrorizante para mim! Mas calma, isso vai passar. É o que todos me dizem. Hoje, com 1 ano e 4 meses ele ainda mama mas bem menos que no começo, a ponto de ser bastante diferente todo aquele cansaço de alimentar exclusivamente no seio.

Confesso que só fui sentir prazer em amamentar depois do primeiro mês, mesmo não tendo problema de pega e nem rachaduras, os bicos dos meus seios ficaram bem sensíveis e eu sentia incômodo. Então, não se desespere, as coisas vão melhorar!

Depois desse período inicial da amamentação comecei a curtir bastante. Com mais ou menos três meses meu bebê começou a interagir comigo, passando a mãozinha no seio, mexendo no sutiã, até que um dia ele mamou olhando nos meus olhos! Me derreti toda, e percebi o quanto tinha valido a pena insistir na amamentação exclusiva.

Quando retornei ao trabalho, com 4 meses e 15 dias de vida do meu filho, o desafio aumentou, pois para continuar a amamentação exclusiva tive que ter muita disciplina para tirar o leite com a bomba, conseguir potes de vidro com tampa de plástico, armazenar no congelador adequadamente com data e hora da coleta. Além da higienização e esterilização de todo o material utilizado. Aliado a isso, um dos dias trabalhava próximo a minha residência, então pedia para a cuidadora levar meu filho até o colégio que trabalho na hora do recreio para amamentá-lo e foi uma experiência única, apesar de todo o esforço.

Se formos pensar em toda a vida de seu filho, o que são 6 meses perto de tudo que ele irá viver (e bem) depois?! Tenho conseguido essa façanha até aqui com muito pensamento positivo e apoio de amigas, mãe, irmã e esposo. Sem contar que ficamos muito felizes e satisfeitas quando vemos o quanto eles cresceram, estão fortes e com saúde por causa do leite materno.

Para te encorajar, irei citar alguns benefícios do leite materno para o bebê:

Evita bebês desnutridos ou obesos

Protege o bebê de doenças

– Desenvolve os músculos da língua e maxilar

Aumenta o vínculo entre mãe e filho

Sem contar os benefícios para as mães também, como auxílio no emagrecimento, recuperação mais rápida do pós parto, diminui risco de câncer de mama e doenças cardiovasculares.

Uma dica valiosa que tenho para dar as mamães que ainda irão amamentar: beba muito líquido, todos os dias. Eu bebo três litros de água e mais suco, vitamina e iogurte. A água abundante ajuda muito no processo de produção, além de nos deixar hidratada e ajudar no emagrecimento.

Caso, tenham dúvidas ou dificuldades com a amamentação entrem em contato com o Instituto Fernandes Figueira (RJ), telefone: 08000 26 88 77 ou com o Grupo Virtual de Amamentação.

 

Fonte de pesquisa:

Data SUS: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/LivroIDB/2edrev/g14.pdf

https://www.sbp.com.br/arquivo/confira-os-beneficios-que-a-amamentacao-traz-a-maes-e-filhos/

 

Lilica.

 

Se você quiser saber mais sobre a importância da informação para a amamentação, clique aqui.