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Crianças (a partir de 2 anos)

“Mamãezite aguda”– meu filho só quer estar comigo

A “mamãezite” aguda, como costumamos chamar, é uma fase em que nossos filhos se sentem especialmente apegados as suas mães, choram ao se separar de nós e ninguém mais consegue consolá-los.

Ao redor dos dois anos, as crianças passam por uma etapa em que só querem estar com a mamãe. Ninguém mais os consolam e só a mães que proporcionam a segurança que precisam e não querem ninguém além delas, nem os pais. É uma fase passageira ainda que esgotante para as mães que estão sofrendo com ela. Deve-se enfrentá-la com paciência e utilizar algumas estratégias para aumentar a confiança dos pequenos, porque no final, tudo passará.

Quando eles só querem estar com a mãe, quando estão atravessando essa fase de “mamãezite” aguda, não pense que estão rejeitando o pai. Sua conduta não é de rejeição, já que neste momento a criança não é capaz de se colocar no lugar do outro. Quando ela só quer a nós, mamães, o que de fato ela busca é a confiança que pode ter sido perdida por algum motivo.

O apego, os laços afetivos que criamos com os nossos filhos se formam desde o seu nascimento (até mesmo antes dele). Nosso bebê aprende que em nosso colo se sente seguro, confortável e querido e que nada vai acontecer a ele enquanto estiver em nossos braços. Deste modo, podemos observar como os bebês entre 6 e 9 meses têm a sua primeira fase de “mamãezite”, quando choram ao ver estranhos.

Na fase ao redor dos dois anos, nossos filhos já ganharam autonomia e podem se deslocar sozinhos, já começam a falar e a expressar os seus gostos e preferências. Costumam frequentar o parque ou a creche, lugares onde sem dúvida eles devem se relacionar com outras pessoas: crianças da sua idade e pessoas mais velhas como as cuidadoras; e claro, se sentem melhor perto deles. Ainda que eles sejam autônomos, continuam precisando de nós igual a quando eram bebês.

 

O que desencadeia esta fase de “mamãezite” aguda?

A “mamãezite” aguda é, como vimos, uma fase de insegurança que nossos filhos atravessam, agarrando-se a nós, mamães, porque desta forma tudo parece ficar mais fácil. Em nosso colo se sentem seguros e confortáveis, sabendo que nada pode acontecer com eles. Alguns fatores podem desencadear esta fase, como:

  • a chegada de um irmãozinho;
  • a entrada na creche;
  • um resfriado ou qualquer doença que tenha passado recentemente;
  • a mãe que começou a trabalhar fora de casa;
  • passar um período sendo cuidados com mais frequência pelos avós.
  • uma mudança de casa;
  • uma separação entre os pais, entre outros…

 

Quais são os sintomas de “mamãezite” aguda?

A gente se dá conta de que estão nesta fase porque:

  • não deixa de chamar a nossa atenção constantemente com os seus: “mãããe, mamãe, mamãezinha, manhê!”;
  • não quer ninguém que não seja a mãe;
  • não quer que o pai, nem os avós, nem niguém o vistam e se o fazem é contra a sua vontade;
  • querem que a mãe dê o café-da-manhã, o almoço, o lanche e a janta;
  • só quer brincar conosco;
  • chora ou nos chama no momento em que desaparecemos do seu campo de visão;
  • manifesta ciúmes de seu irmão mais velho ou mais novo e até mesmo do pai;
  • não nos deixa fazer nada, só quer o nosso colo e que fiquemos com ele o tempo todo;
  • fica agarrado em nossas pernas enquanto a gente anda pela casa. 

    Qual a solução para esta fase?

Apesar de esgotante e estressante que é para nós, mães, viver este momento, a verdade é que a solução está em nossas mãos. Simplesmente, use o bom senso. Se sabemos que este momento retrata a perda de confiança, portanto temos que ajudá-lo a recuperar a sua autonomia e segurança. Como? Brincando.

Podemos começar brincando com ele, seja com construções, pintura, quebra-cabeça ou algo que ele goste e fique entretido. Assim que começar, levante-se e separe-se dele por uns centímetros, depois metros, sem deixar de continuar falando com ele para que note que está próxima. Por último, deixe-o sozinho no quarto por alguns momentos e depois volte para buscá-lo.

É importante que ele aprenda a ficar sozinho com o pai e avós, por isso, deixe-o com eles. Peça para que leiam histórias, brinquem e façam programas agradáveis e, posteriormente, farão coisas mais rotineiras.

E lembre-se: é uma fase passageira, que exige paciência e carinho de nossa parte.

Nana

Retirado e adaptado de Mama Psicologia Infantil 

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Expectativas Maternas

Carta para a mãe da criança que faz escândalo no shopping

Querida mamãe,

eu sei que você está envergonhada. Eu posso ver no seu olhar o quanto você tenta evitar esses gritos e escândalos que o seu filho faz enquanto se joga no chão. Vejo como está vermelha e tem lágrimas nos olhos. Mas sabe, também notei nas suas roupas e nos seus cabelos bagunçados e que, provavelmente, faz algum tempo que não os consegue lavar. Eu quero te dizer algo, não te julgo, de coração.

Eu realmente não acho que você deveria estar fazendo algo diferente para acalmar o seu filho. E também não me pergunto por que motivo então você o trouxe ao shopping se ele não sabe se comportar, nem mesmo por que não teria contratado uma babá para que te auxiliasse a cuidar dele enquanto você resolveria as suas tarefas. Sabe, também não me passa na cabeça a razão de você não ter conseguido controlar a criança porque entendo que filhos não são robôs, eles são pessoas. E pessoas que podem perder o juízo na frente de qualquer um.

Tenha certeza que nunca me perguntei por que você não é um Jedi que com a força do pensamento é capaz de acabar com a birra do seu filho. Claro que não, afinal, nem eu, nem você temos esse poder.

No fundo eu entendo que as coisas não são tão fáceis assim pra que seu filho pare de fazer o que está fazendo só porque você é a mãe e por isso, deve respeito.

Quer saber o que eu REALMENTE estou pensando?

Na verdade, eu me pergunto há quanto tempo você não dorme uma noite inteira, aliás, você conseguiu dormir bem nos últimos 2 anos? Eu imagino que você, como eu, ainda tem dificuldades de fazer com que o seu filho durma direto sem acordar de madrugada. E se você já não utilizou todas as estratégias possíveis para isso.

Será que o seu filho não é do tipo que acorda no meio da noite pedindo pra ver desenho ou pra comer? E aí você acaba cedendo (porque já está tão exausta) e vê que ele nem liga pra comida e termina comendo o que ele deixou só pra evitar o desperdício.

Ao olhar pra você e seu filho, penso quando foi que conseguiu fazer uma refeição completa sem ter que colocar uma criança no seu colo ou ver aquela mãozinha provando tudo o que está no seu prato. Eu penso até se o seu café da manhã não foi apenas o que ele não comeu e um café já requentado.

E mais, ainda me questiono se só por sair de casa, você já se alegra, ainda que isso signifique que seu filho te pedirá todas os brinquedos que vir, que vai tentar arrancar os sapatos no carro ou pedir pra fazer xixi trocentas vezes ou até mesmo ficará emburrado no carrinho do mercado, se você tiver ido fazer compras.

A verdade é que ao ver você tirando seu filho do chão enquanto ele faz um escândalo, grita e se joga para trás, eu me pergunto se não estaria na hora do soninho dele e que, você, da mesma forma que eu, está tentando fazer tudo bem rapidinho, só pra conseguir voltar pra casa logo. E eu bem sei que você não gostaria que ele dormisse na cadeirinha do carro na volta, mas sabe que será inevitável. E assim, no lugar de uma hora de paz e silêncio, terá uma “incrível” tarde de drama, choros e lágrimas…

Eu imagino que, bem como eu, você também não se surpreendeu sobre como a maternidade é difícil, mas que mesmo assim não seria capaz de trocá-la por nada desse mundo. Imagino também, que você e eu amamos demais os nossos filhos, mais do que as palavras podem dizer e que ainda assim, faria exatamente tudo de novo. É óbvio que pularia a parte das birras, dos chiliques, dos ataques de raiva…

Mas no fundo, no fundo, eu só queria saber se você está bem agora que já pegou seu filho no colo e o levou com você. Como já passei por isso, só espero que o seu dia fique melhor. Afinal, nem toda mãe é capaz de te reprovar.

Acredite que muita mãe entende o que você está passando.

Com amor,

outra mamãe.

 

Publicado originalmente em www.stuffmomssay.com.  Tradução e adaptação livres: Mãe Só Tem Uma. Os direitos Autorais no Brasil são regulamentados pela Lei 9.610. A violação destes direitos está prevista no artigo 184 do Código Penal. Este artigo pode ser publicado em outros sites, sem prévia autorização, desde que citando o autor e a fonte.