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Eu escolhi ter apenas um filho – respeite isso!

A sociedade de modo em geral está sempre nos cobrando: se não temos namorado em torno dos vinte anos, se não vamos nos casar quando estamos na casa dos trinta e logo depois do casamento, se não vamos ter filhos. Assim que temos o primeiro, começam as outras perguntas e palpites: vai tentar uma menina(o)? Quando vem o segundo? Filho único é tão sozinho, tão mimado… A gente ouve de tudo.

Muitas vezes nos sentimos pressionadas a seguir o planejamento de vida que as pessoas esperam da gente e não o que queremos para nós mesmos. Imagina eu que fui ter o Antonio 6 anos depois que me casei? Já estavam preocupados porque não procriávamos. Depois que tive meu primeiro filho, por uma série de motivos estou pensando seriamente em parar só nele. Mas as pessoas não estão preparadas para ouvir que eu me basto com um filho só. Elas acham que ele merece uma irmã(o), que ele será solitário, que eu irei me arrepender no futuro ou que eu irei me esquecer de todo o processo difícil que é gestar, parir, criar nos primeiros anos de vida.

O texto de hoje vem falar do quanto é chata essa cobrança de filhos. Existem mulheres que não desejam se tornar mães, não querem passar por todo esse processo que abre mão de nós mulheres como seres individuais por bastante tempo de nossas vidas. Ter ou não ter filhos é uma escolha, assim como ter um ou cinco filhos também é e passa por um monte de critérios do casal. Por isso é tão incomodo sermos invadidos constantemente com determinadas perguntas que a resposta boa seria somente “sim, terei mais filhos”. Mas nem sempre é essa resposta que queremos dar.

O fato de uma mulher ter somente um filho não a faz menos mulher ou mãe por isso. A experiência da maternidade é algo tão subjetivo que as vezes uma situação pode ser encarada de várias formas por pessoas diferentes. Um exemplo bom é a amamentação que para algumas mulheres é uma experiência maravilhosa e para outras, horrível. De fato a amamentação é doação mas temos disposições diferentes, condições psíquicas e emocionais que variam, não podendo julgar alguém por determinada escolha.

O que eu peço em nome de todas (ou da maioria) que não desejam ter outro filho? Peço que não nos cobre, não insistam, respeitem nossas vontades e opiniões. Uma família não é formada por pai, mãe e dois filhos, essa realidade está bem distante de nós ultimamente. Acredito que empatia é a palavra chave que busco neste momento, para poder decidir o futuro da minha vida e da minha família sem pressão e insistências pois preciso ter no mínimo dois filhos para estar dentro de uma padrão social aceito socialmente.

Lilica.

 

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A escolha da maternidade

Ser mãe era uma ideia que estava em meus planos, mas hoje, mãe de 2 filhos acho que eu precisaria ter trocado mais com mães jovens e ouvido suas experiências. Perto de mim havia poucas amigas que tivessem filhso pra que eu pudesse conversar sobre sobre a escolha de ser mãe.
Sim, eu acho que a mulher sempre opta pela maternidade, seja quando a gravidez é desejada e totalmente planejada ou até mesmo quando ela engravida na base do “foi sem querer” e, mesmo com todas as adversidades, topa ir até o final da gestação, ainda que aquele não fosse o melhor momento que ela imaginava.

Para mim, gravidez é escolha, é opção! Uma mulher tem que estar ciente de todas as consequências que a vinda de uma criança gerará em sua vida. Não falo somente da parte maravilhosa: a alegria de se ter uma criança em casa, de saber que você sentirá um amor inimaginável ou de poder acompanhar o desenvolvimento de um serzinho que estava dentro de você ou que você tanto desejou.
Refiro-me ao lado que a gente só descobre depois que o bebê já está lá dentro da barriguinha da gente.
Gestar é lindo, cheio de glamour, mas não é fácil pra todas as mulheres. O corpo dá uma grande modificada, as pernas incham, você geralmente enjoa e vomita, surgem (algumas vezes) doenças inesperadas, a bexiga fica cheia muito mais rápido que o normal. Mas aí você me diz: “Nana, em 9 meses isso tudo passa e o bebê fofuxo estará no seu colo!”É verdade, minha amiga. Mas volto a afirmar: a opção da maternidade não é para todas! E isso não significa que quem não opta seja mais ou menos mulher por isso. Depois que a fofurinha nasce, junto com ela vem uma série de situações que você nunca imaginou.

  1.  Você vai precisar de apoio. Seja físico ou emocional:Muitas recém-mamães não esperam que a depressão pós-parto aconteça com elas. Além disso, o seu corpo levará um tempo até se adaptar a nova rotina do bebê.
  2. Você pode se surpreender negativamente com o seu companheiro:Por sorte, aqui não tive problemas. Porém, conheço muitas amigas que me disseram terem se surpreendido com as reações de desinteresse ou falta de apoio (ou compreensão) por parte dos companheiros. Ou seja, toda aquela idealização de família comercial de margarina vai embora na primeira semana de vida do bebê.
  3. Você inevitavelmente dependerá do outro:
    Seja da creche, da mãe, da sogra, da tia, você aprende que não é mais capaz de se resolver sozinha.
  4. A sua liberdade já não é mais só sua (no início): Tem dia que dá vontade de sair pra dançar a noite toda, acordar às 11h da manhã e não se preocupar com o que você fará até de noite. Experimente fazer isso com uma criança pequena de 1 aninho. Você verá que o ítem 4 será fundamental ou que esta opção durante um momento da sua vida não é possível de acontecer.
  5. Um filho doente acaba com a sua noite, mas a sociedade não está preocupada com isso.Só quem já viu um filho ter febrão por toda a madrugada ou chorar a noite inteira de dor saberá o que é ter uma péssima noite de sono mas mesmo assim ter de acordar, botar a cara na rua e trabalhar como se nada tivesse acontecido. O mundo não quer saber o que houve na sua casa.

Sabe, eu poderia enumerar diversos outros tópicos, mas a ideia de hoje é ressaltar que quando escuto mulheres dizendo que são loucas pra serem mães, sempre friso que existe um lado B, um lado que não aparece nas redes sociais e nas fotos lindas com o bebê, um lado que se chama desgaste físico e emocional, que se chama resiliência, que se chama amor incondicional.
Se você acha que não está preparada para deixar a sua zona de conforto, não tenha filhos. Porque no futuro você não poderá cobrar nada deles (que deixou o emprego por eles ou se casou obrigada pra ter uma família por eles). Isso foi uma escolha sua! Apenas sua! E escolher não ter filhos não é ruim. É apenas mais uma escolha que se faz na vida.
Mas se você está certa de que as crianças têm de fazer parte da sua vida, vá em frente. Lembre-se sempre que não será um caminho repleto de flores por todo o trajeto, mas seguramente o cheiro delas estará presente nos momentos em que só encontrar espinhos pela sua rota.

Um beijo com carinho,
Nana.