Categorias
Crianças (a partir de 2 anos)

A importância do faz de conta na educação infantil

O jogo simbólico, ou popularmente chamado de faz de conta, é conhecido de longa data de pais e educadores. Inclusive de sua própria infância, quando costumavam incorporar seus personagens favoritos, virando princesas, super-heróis, ou criando historinhas cotidianas fazendo papel de mamãe/papai e filhinho, médico, e até professor. Essa prática é comum a todas as crianças e, além de trazer benefícios a elas, ajuda a montar um retrato da própria educação e conceitos transmitidos pelos adultos, influenciando no desenvolvimento e formação de seus filhos/alunos.

 

Espelho de experiências

Por meio desse universo imaginário criado é possível compreender o mundo real, já que permite que a criança imita e reproduza as atitudes e formas de agir que vê ao seu redor, mimetizando essas ações concretas em seu mundo de fantasia e internalizando comportamentos. Por exemplo, quando você vê seu filho cuidar da boneca, ele estará refletindo a própria forma como é tratado ou como viu você tratar um irmão e outros membros da família. Por isso é preciso ter consciência em suas ações dentro de casa.

 

Ferramenta de amadurecimento emocional

Essa criação é também uma forma de crescimento, pois permite que os pequenos enfrentem suas angústias e medos. Isso, pois recriam momentos de conflito e dilemas que enfrentam, revivendo cenários que lhes causar certo desequilíbrio emocional, o que ajuda a compreender melhor as situações sociais que vivem. Assim eles adquirem uma maior confiança, autoestima e até desenvolvem uma maior autonomia ao vivenciar experiências em que precisa tomar decisões, como se vestir sozinho e fazer amigos.

 

Aprendizado da arte de negociar

Nesse quesito o jogo de faz de conta ainda promove a habilidade de negociação, pois a todo momento a história deve ser construída e seu rumo ditado em acordo e harmonia entre todasas crianças envolvidas. Isso provoca o aprendizado dos conceitos básicos de negociação, em que a criança deve engajar uma comunicação para combinar os termos e contexto da brincadeira, o que demanda compromisso e cooperação para se chegar a um acordo e seguí-lo.

 

A importância do faz de conta na infância: desenvolvimento biológico, psicológico e social

Isso sem falar nas vantagens óbvias, como desenvolver sua imaginação lúdica, criatividade e capacidade de criação. Essa experiência do faz de conta é essencial ainda por fazer com que os pequenos aprendam a pensar e avaliar situações a partir de diversas perspectivas, encorajando assim seu desenvolvimento social ao se colocar em diferentes papéis (pais, heróis, colega etc).

 

Sendo assim, aqui vão algumas sugestões para adotar em casa. E o melhor é que não é preciso muito para essa atividade, pois a maior parte da brincadeira será criada pelo seu filho! Talvez apenas seja bom saber como tirar mancha de base da roupa, pois sua maquiagem e vestidos serão materiais de suporte para o faz de conta.

 

Objetos necessários:

  • Lençóis
  • Roupas velhas (saias, vestidos, lenços)
  • Acessórios diversos (óculos de sol, chapéus, bonés)
  • Sombras, batons e maquiagens hipoalergênicas
  • Jornais e revistas velhos
  • Caixas de papelão, garrafas e outras sucatas
  • Fitas e lacinhos de cabelo
  • Bijuterias (brincos de pressão, pulseiras, colares)

 

Só tome cuidado para não oferecer coisas que apresentem riscos aos pequenos e evite brinquedos específicos que simulam o que deveria ser criado pela imaginação (como maleta de médico e kit de salão de beleza). De preferência, selecione itens não usa mais, para não ter que se preocupar com coisas como tirar mancha de base da roupa, conforme já falamos, ou acabar com sua sombra ou brincos preferidos arruinados!

 

 Ideias de faz de conta

Além de se vestirem e criarem histórias ao brincarem sozinhos ou com seus amiguinhos e irmãos, você pode entrar no jogo com algumas opções diferentes, como:

 

  • Teatrinho – coordene as crianças para que criem e encenem uma peça, pode ser envolver princesas, fadas, astronautas e piratas – inclusive dentro do mesmo universo, tudo é válido! Isso ainda ajuda a criar noções de tempo, espaço e regras.
  • Fantoches – essa é outra ideia interessante para criar histórias. Pode ser usando meias velhas ou fazendo fantoches em casa com feltro, botões e outros tecidos – outra atividade que pode envolver as crianças. Os pequenos ainda podem bolar uma peça e depois apresentar para a família.
  • Bonequinhos animados – imprima ou corte de revistas alguns personagens e cole-os em um papelão para dar uma melhor sustentação, ou ainda em palitos de sorvete. Depois pegue uma caixa e faça um buraco no meio, como se fosse um teatro ou uma TV, e deixe seu filho criar altos enredos.

 

Com certeza essa experiência será enriquecedora para toda a família e irá colaborar no amadurecimento psicológico, social e motor de seus pequenos.

 

Colaboradora: Daniela Gouveia

Categorias
Bebê – 0 a 12 meses Bebê – 1 a 2 anos Chegou ao mundo

A importância de deixar a criança brincar

TÁ NA HORA DE BRINCAR!
 
Vocês já ouviram as expressões “criança precisa brincar” ou “é brincando que se aprende”? Pois é a mais pura verdade. Vamos entender o porquê?
Para começar nossa explicação, vamos decifrar de forma bem simples a palavra LÚDICO, muito falada entre educadores e na educação de crianças, eu mesma já usei esta palavra em textos anteriores.  Segundo o dicionário, lúdico significa “forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, através de jogos, música e dança. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os outros. ”  E é isso mesmo, uma maneira de aprender por meio da diversão, e o que diverte mais uma criança do que uma boa brincadeira repleta de imaginação, gargalhadas e alegria?  Só por esta definição simplória já compreendemos que as crianças aprendem de maneira lúdica, ou seja, aprendem brincando. É natural do ser humano nascer e crescer com a necessidade de brincar. É por meio dessa ação, que desenvolvemos nossas potencialidades, como também trabalhamos nossas limitações, habilidades sociais, afetivas, cognitivas e físicas. O brincar é ainda uma forma de expressão e comunicação com o próprio, com o outro e com o meio que o cerca. Através da brincadeira a criança representa, cria, usa a imaginação, o faz de conta, e entende a realidade em que vive. Isso tudo nada mais é do que o entendimento de mundo, do meio social, cultural e histórico em que vive, é o entendimento da sua vivência. Para simplificar o entendimento, afirmamos que a criança usa a brincadeira para aprender e entender o mundo.
Quando a criança brinca, ela encontra recursos para enfrentar o que acontece, ela vive e revive seus medos e desejos. Quantas vezes vocês não perceberam seus filhos brincando de sentir medo do escuro ou de monstros e animais imaginários? O que eles estão fazendo nessas horas é aprendendo a lidar com a emoção do medo, experimentando a sensação, se colocando naquela situação e conseguindo ultrapassar essa barreira. Isso é um aprendizado emocional importantíssimo para amadurecimento afetivo e emocional da criança.
 
Percebam também, que crianças mais velhas quando brincam em grupo criam suas próprias regras. Este é o momento que elas estão criando suas regras de convivência e respeito pelos outros. Esta é mais uma etapa de aprendizagem social que as crianças estão experimentando.
 
Vale lembrar que a interferência e participação dos adultos nas brincadeiras das crianças é sempre muito bem-vinda. As crianças menores são as que mais precisam que os adultos brinquem com elas, que também mostrem o ato de brincar. Elas estão em pleno desenvolvimento das suas habilidades básicas e precisam de estímulos para a aprendizagem e de orientação e apoio nas brincadeiras. Por mais que seja uma atividade inata do ser humano, o mínimo de orientação de alguém mais experiente colabora em muito para o desenvolvimento da criança. Já a criança mais velha, por estar mais amadurecida, consegue direcionar suas brincadeiras de forma mais independente e de acordo com seus interesses, o que não impede de o adulto interferir em momentos adequados e também direcioná-las à aprendizagem ou simplesmente ao entretenimento e diversão.
Na maioria das vezes, a criança aceita bem essa interferência dos adultos e não enxerga como intromissão, ao contrário, ela se sente mais próxima, se sente importante na vida daquele adulto, acarinhada e gosta dessa atenção que o adulto está dando as suas brincadeiras, afinal, brincar é algo que a criança entende como parte dela, faz parte da sua vida. A sensação é a mesma de quando chegamos em casa e lhe perguntam sobre como foi seu dia, como foi seu trabalho, estão demonstrando interesse pelas suas atividades e assim começa um diálogo que cria uma aproximação e zelo pelo outro.
Brincadeira é coisa séria, não desvalorize! Brinque com seu filho, tenho certeza que ele vai adorar e vocês vão ficar ainda mais próximos.
 
Bianca Santiago
Pedagoga