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Expectativas Maternas

Quem cuida da mãe quando ela adoece?

Essa semana que se passou, eu fiquei doente. Bem doente, com a garganta inflamada, dor no corpo, febre. Acordei mal, bem mal… com o meu filho pedindo a vitamina matinal dele, querendo brincar, eu tendo que trocar a sua fralda, organizar a bolsa da creche, enfim, me mexer para que o dia funcionasse. Fiz tudo me arrastando ou pela metade e levei-o a creche e voltei para cama para dormir. Nesse dia, eu não almocei, não tinha comida pronta e o meu corpo só pedia cama, eu estava começando com uma amigdalite que iria me derrubar e fiquei praticamente o dia todo sem comer, porque não conseguia engolir e também porque não tinha ninguém que pudesse me ajudar.

Durante esse processo de ficar mal e ter que dar conta de tudo, fiquei pensando sobre essa loucura de não poder nem me dar ao luxo de ficar doente, porque atualmente eu sou mãe solo e não tenho nem o companheiro para me aquela mãozinha na hora do sufoco. Mas imagino que grande parte das mães mesmo com o marido em casa, também passe por algo parecido! É um absurdo pensar isso, mas é a nossa realidade. Eu vivenciei essa situação antes da separação e escuto muitos relatos próximos a mim que o pai está em casa mas acha que a questão dos filhos e da casa é mais com a mulher.

A verdade é que não somos de ferro, não somos “mulher maravilha” e precisamos ser cuidadas também. Ainda mais quando ficamos doentes! E só percebemos o quanto tudo fica nas nossas costas quando começamos a falhar fisicamente. Quando ficamos doentes e mais nada anda na casa ou em relação aos filhos.

Precisamos muito de um tempo para nós, para ficarmos bem fisicamente para dar conta do tranco diário que é trabalhar fora de casa, em casa e cuidar de filhos. Precisamos da divisão de tarefas com o marido/companheiro, precisamos da ajuda de nossas mães, irmãs, tias, de alguém que possamos contratar para fazer as atividades que nem sempre damos conta. Ter uma rede de apoio é fundamental para nós mães e principalmente mães solos! Isso irá nos garantir que possamos contar com alguém quando precisarmos ou mesmo cairmos doentes.

Para terminar o meu caso, liguei para o pai do meu filho, pedi que ficasse com ele algumas noites para eu conseguir me restabelecer, liguei para a minha mãe, chorei por um colo dela e a moça que trabalha aqui em casa uma vez por semana, veio antes do combinado para poder ficar com meu filho que também estava sem ir à creche por conta de uma infecção gastrointestinal. No fim, tudo deu certo, fui à emergência, comecei o tratamento com os remédios e, no dia seguinte, já me sentia bem melhor. Somente assim, com auxilio e rede de apoio conseguimos dar conta do recado e podemos cuidar da gente quando estamos doentes, porque sozinha é bem difícil segurar as pontas…

Lilica.