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Carga Mental Materna

Na sua casa: Você verifica se as unhas do seu filho precisam ser cortadas? Sabe o tamanho do pé dele? Sabe se as roupas que estão no armário estão cabendo nele? Qual é a próxima festa de aniversário que ele tem para ir e comprou o presente? Liga para marcar o pediatra e leva seu filho? Essas são algumas perguntas básicas que TODO pai e mãe deveriam responder sim para a maioria delas.

Mas a realidade nua e crua é que a maioria dessas perguntas são respondidas de maneira positiva pelas mães, que além de trabalharem fora de casa, trabalham dentro (lavando, cozinhando, passando) e cuidando dos filhos. Ahhhh mas o marido/companheiro/pai da criança, “ajuda”! Peraí que ninguém ajuda ninguém. Dentro de uma família, todos os membros colaboram, têm as suas tarefas definidas e fazem (ou pelo menos deveriam fazer) seu papel, então esse argumento de ajudar, tem sido bem rejeitado ultimamente. Pai não ajuda, pai PARTICIPA!

Ei, PARA TUDO! Se você é a mãe que está lendo esse texto, provavelmente já se sentiu sobrecarregada, mas se você é o pai que está lendo, pode não estar entendendo nada! Então, vem comigo que irei te explicar tudinho sobre essa tal de carga mental que as mulheres estão falando…

Geralmente as mães ficam com as tarefas domésticas e com as tarefas que podemos dizer “mentais”. E o que seriam essas tarefas mentais? Tomada de decisões, tomar conta dos detalhes da vida do filho, prestar atenção em situações emocionais e subjetivas que, muitas vezes passam despercebidas pelos homens. É da natureza deles ser assim? Eu, como professora de sociologia, diria que não. Todos os papéis são construídos socialmente e o papel do pai, principalmente na sociedade brasileira, é bem patriarcal e machista.

O que isso significa? Históricamente, o pai tem a função de prover financeiramente a casa e tomar as decisões importantes da família. Massss as famílias têm mudado muito e como citei acima, muitas mulheres também se tornaram provedoras da casa. Entretanto, continuaram com todo o resto das tarefas do lar e dos detalhes da família. São sobre esses detalhes que estamos falando!

Responsabilidade de sempre cozinhar, de sempre estar com as tarefas da casa como se fossem somente responsabilidade delas, pensar questões do dia-a-dia do filho, como lancheira da escola, uniforme escolar, conversar com a professora sobre a postura do filho em sala, tomar conta se a carteira de vacinação está em dia, preocupar-se com quem ficará com seu filho nas férias longas do final do ano, pensar nos presentinhos das professoras, se a escova de dente está boa para continuar usando ou precisa trocar e etc. Eu poderia continuar listando uma infinidade de tarefas que parecem bobas mas que juntas, diariamente, nos cansam demais mentalmente.

Isso se chama carga mental: uma série de tarefas que são colocadas para as mulheres como responsabilidade delas. Estamos cansadas físicamente de dar conta de tudo da casa e mentalmente por não ter com quem dividir as tomadas de decisões e atitudes cotidianas que parecem bobas mas nos tomam tempo de pensar e organizar. O que me deixa mais triste nisso tudo é que esses relatos não são de algumas mães insatisfeitas, e sim da imensa maioria das mães. Independente de classe social, de bairro, da família, mulheres estão sobrecarregadas constantemente, tendo que dar conta de grande parte das questões familiares, físicas, emocionais, mentais…

O que eu sugiro? Conversa, conversa, conversa. Explicando o grande cansaço de dar conta de muita coisa, que determinadas tarefas podem ser divididas e os pais podem (e devem) prestar mais atenção nos detalhes que geralmente são deixados para lá. Sugiro também delegar funções! Sim, pedir de forma quase que imperativa para que o paizão resolva algum problema ou seja responsável semanalmente por determinadas tarefas.

Eles precisam entender que a mulher/mãe precisa ter alguma sanidade mental para exercer as tarefas diárias dela. Caso essa mulher esteja sobrecarregada demais, ela vai pifar e o pai vai ficar perdido com tanta informação e tarefas que ela acumulava para si. Então, o primeiro passo é que o casal entenda que existe a divisão de tarefas e que os cônjuges precisam exercer essas tarefas de forma completa para que todos da família consigam exercer seus papéis da melhor forma possível. Eu tenho esperança nessa nova paternidade que está surgindo com os questionamentos das mulheres, em relação aos antigos papéis de seus maridos e companheiros.

Espero ter ajudado.

Lilica.

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Querida mãe que cria seu filho sozinha

Querida mãe que cria seu filho sozinha, hoje eu escrevo especialmente para você! Não sei por qual motivo você está nessa caminhada sozinha, se foi abandonada, se é viúva ou se tem pai em casa mas ele parece que não existe. Não importa o motivo, nós estamos juntas!

Eu posso sentir seu cansaço de ter que dar conta de tudo sozinha, de ter que ir trabalhar e deixar tudo pronto para seu filho ir para creche ou para alguém cuidar dele.

Eu posso sentir seu desespero de ter pagar as contas sozinhas, de ter que se virar com mais de um emprego, às vezes ter que vender doces ou roupas para completar a renda.

Eu posso sentir a cobrança da sociedade quando perguntam sobre o pai e o que mais dói, quando seu próprio filho(a) pergunta sobre ele e você não sabe o que responder.

Eu entendo quando você se sente anulada, não sobrando tempo para tomar um banho decente. Quando você come comida fria ou quase não dorme direito.

Eu posso ver a exaustão em sua face quando dá banho, faz comida, limpa a casa, depois de um dia inteiro de trabalho e ainda assim tem que estar sorrindo para seu filho que te pede atenção.

Eu te entendo quando sua família te julga e te diz o que fazer mesmo você sabendo o melhor para vocês dois.

Eu te entendo quando você chora querendo colo de alguém e na maior parte das vezes, está sozinha…

Você não é de ferro, nunca foi. Pode chorar, pode desabafar, pode buscar forças para continuar a batalha.

Eu sei que não é fácil, muito menos quando não temos apoio, não temos ninguém para dizer que está conosco nessa tarefa árdua que é criar filhos. Mas NUNCA se esqueça do bem maior que faz você acordar todos os dias e ter força para ir a luta – seu filho tão amado, querido e desejado por você!

Ahhh por eles, fazemos o impossível, damos o nosso máximo sem pestanejar. E quando você colocá-lo na cama para dormir a noite, “namore” bem seu rostinho angelical e retire forças de dentro de você para continuar tudo de novo no dia seguinte.

Com carinho,

Lilica.

 

Você é mãe solo? Leia aqui!