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Por que mãe SOLO e não mãe solteira?

 

Provavelmente você já escutou alguma vez na sua vida o termo “mãe solteira”, para uma mulher que ousou criar um filho sozinha, seja sem marido ou mesmo sem ter o pai da criança presente dividindo a guarda. Acontece que esse termo é antigo, antiquado e está caindo em desuso, sabe por quê? Porque ser mãe não é estado civil. Você é mãe independente de ter marido, companheiro ou o pai do seu filho presente. Você e todas as outras mulheres que cuidam e criam seus filhos são mães e ponto final.

Me lembro bem que o Papa Francisco foi muito feliz quando fez o seguinte comentário: Mãe não é estado civil. Por isso, não existe mãe solteira”. Pronto, ele explicou em uma frase (impactante) o que muita gente confunde. Temos que adjetivar as pessoas pelas coisas boas e o termo “mãe solteira”, muitas vezes, carrega uma conotação negativa, um termo que socialmente acaba sendo negativo para a mulher, de falha, de abandono (que muitas vezes é!).

Já parou para se perguntar por que o termo “pai solteiro” não existe? Porque em grande parte do mundo, a mulher tem o maior dever para com os filhos, mas sabemos que não é bem assim, principalmente legalmente, o pai tem que estar presente materialmente e também afetivamente, mas muitas vezes não está e fica por isso mesmo.

Por isso, há alguns anos venho notando uma mudança na forma de nomear essas mães que são sozinhas na criação de seus filhos (por vários motivos): Mãe SOLO. Esse tem sido o adjetivo que mais consegue se aproximar das mães que criam seus filhos sozinhas, ou fazem guarda compartilhada, afinal, nos momentos em que ela está com o filho, ela está sozinha, não tem alguém para dividir essa tarefa tão difícil que é criar filhos. Ser mãe solo, significa ser mãe independente de estar solteira, divorciada, separada, casada novamente. A mãe solo é responsável por seu filho, sozinha em todos os momentos em que ele está sob a custodia dela, então é solo por ser sozinha na criação. Sobre a sua situação civil, pouco importa.

O mundo anda bem mais empático de alguns anos para cá. Ainda bem! E com isso, conseguimos levantar algumas questões que até então eram tabus ou estigmatizadas. Esse é um deles que tem sido levantada a questão ultimamente, e eu, como mãe solo há um ano e meio, tenho dado bastante valor, porque afinal, vivencio na pele todo o preconceito e o peso que uma mãe sozinha carrega socialmente. Espero ter explicado de forma simples a diferença dos termos e a importância de mudarmos nossa visão e, consequentemente, nossa forma de falar sobre as mães solos.

Com carinho de uma mãe solo,

Lilica.

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Quem cuida da mãe quando ela adoece?

Essa semana que se passou, eu fiquei doente. Bem doente, com a garganta inflamada, dor no corpo, febre. Acordei mal, bem mal… com o meu filho pedindo a vitamina matinal dele, querendo brincar, eu tendo que trocar a sua fralda, organizar a bolsa da creche, enfim, me mexer para que o dia funcionasse. Fiz tudo me arrastando ou pela metade e levei-o a creche e voltei para cama para dormir. Nesse dia, eu não almocei, não tinha comida pronta e o meu corpo só pedia cama, eu estava começando com uma amigdalite que iria me derrubar e fiquei praticamente o dia todo sem comer, porque não conseguia engolir e também porque não tinha ninguém que pudesse me ajudar.

Durante esse processo de ficar mal e ter que dar conta de tudo, fiquei pensando sobre essa loucura de não poder nem me dar ao luxo de ficar doente, porque atualmente eu sou mãe solo e não tenho nem o companheiro para me aquela mãozinha na hora do sufoco. Mas imagino que grande parte das mães mesmo com o marido em casa, também passe por algo parecido! É um absurdo pensar isso, mas é a nossa realidade. Eu vivenciei essa situação antes da separação e escuto muitos relatos próximos a mim que o pai está em casa mas acha que a questão dos filhos e da casa é mais com a mulher.

A verdade é que não somos de ferro, não somos “mulher maravilha” e precisamos ser cuidadas também. Ainda mais quando ficamos doentes! E só percebemos o quanto tudo fica nas nossas costas quando começamos a falhar fisicamente. Quando ficamos doentes e mais nada anda na casa ou em relação aos filhos.

Precisamos muito de um tempo para nós, para ficarmos bem fisicamente para dar conta do tranco diário que é trabalhar fora de casa, em casa e cuidar de filhos. Precisamos da divisão de tarefas com o marido/companheiro, precisamos da ajuda de nossas mães, irmãs, tias, de alguém que possamos contratar para fazer as atividades que nem sempre damos conta. Ter uma rede de apoio é fundamental para nós mães e principalmente mães solos! Isso irá nos garantir que possamos contar com alguém quando precisarmos ou mesmo cairmos doentes.

Para terminar o meu caso, liguei para o pai do meu filho, pedi que ficasse com ele algumas noites para eu conseguir me restabelecer, liguei para a minha mãe, chorei por um colo dela e a moça que trabalha aqui em casa uma vez por semana, veio antes do combinado para poder ficar com meu filho que também estava sem ir à creche por conta de uma infecção gastrointestinal. No fim, tudo deu certo, fui à emergência, comecei o tratamento com os remédios e, no dia seguinte, já me sentia bem melhor. Somente assim, com auxilio e rede de apoio conseguimos dar conta do recado e podemos cuidar da gente quando estamos doentes, porque sozinha é bem difícil segurar as pontas…

Lilica.

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Sobre ser mãe solo

Eu não desejei ser mãe solo. Acredito que a maioria delas também não desejou criar um filho sozinha. Por mais que a guarda seja compartilhada/alternada, quando você está com o seu filho, são vocês e ponto. Não tem um companheiro(a) para dar apoio e suporte. Sabe, não é uma jornada nada fácil, e eu estou experimentado-a dia-a-dia.

Sei que ainda está recente, mas não tem um dia que eu não me lembre que estou sozinha com meu pequeno. Por mais que eu possa contar com a minha mãe, com a minha irmã ou com a minha ex-sogra. Eu sinto que agora somos eu e ele e isso demanda certa força interior e psicológica para dar conta de tudo sem o pai do meu filho(a).

Existem diversos motivos para uma mãe estar solo: às vezes foi escolha dela própria, talvez ela tenha conseguido se livrar de um relacionamento abusivo, talvez ela tenha sido abandonada ou até mesmo escolheu desde o início ser mãe solo, mas a verdade é que não é NADA fácil.

Inicialmente tudo se ajeita e nós mulheres temos a sensação de darmos conta de tudo sozinhas (afinal, a maioria de nós já cuidava sozinha mesmo quando tinha um companheiro/marido em casa!). Mas o tempo passa, as noites cuidando do filho doente, os dias em que estamos doentes e só precisamos que alguém cuide nós ou mesmo os dias que bate a neura de estar sozinha e o psicológico abalado fala mais alto.

Sim, nos sentimos fracas, cansadas, abandonadas e muitas vezes com a sensação de que não vamos dar conta, principalmente se o pai da criança não “chega” junto. Isso de certa forma nos abala por saber que não podemos contar com quem ajudou a gerar aquela vida. É triste, é frustrante, mas é a nossa realidade.

Apesar de sermos mais fortes do que imaginamos, nós não somos mulheres maravilha… Não! Temos dias de fraqueza, de tristeza, de arrependimentos e de carência, principalmente. É importante falarmos dela, falarmos das dificuldades e desmistificar a mãe sozinha que cria os filhos com força e garra, sem tropeços. Temos muitos e a cada dia vamos sobrevivendo a esse turbilhão de sentimentos que é ser mãe sozinha.
Tenho encontrado apoio em um grupo de mãe solos que, apesar de ser virtual, as mães se encontram, fazem amizades, uma ajuda a outra além das palavras, e, principalmente, a empatia dessas mulheres que criam seus filhos sozinhas é fundamental. A gente acompanha cada história de vida, cada mulher guerreira, cada mulher com que eu não tenho adjetivos para descrever, o máximo que consigo expressar é: elas são FODAS! E é nesse apoio e com a família bem próxima que vou sobrevivendo ao primeiro ano sendo solo…

Lilica.

Cria seu filho sozinha? Leia aqui.

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Querida mãe que cria seu filho sozinha

Querida mãe que cria seu filho sozinha, hoje eu escrevo especialmente para você! Não sei por qual motivo você está nessa caminhada sozinha, se foi abandonada, se é viúva ou se tem pai em casa mas ele parece que não existe. Não importa o motivo, nós estamos juntas!

Eu posso sentir seu cansaço de ter que dar conta de tudo sozinha, de ter que ir trabalhar e deixar tudo pronto para seu filho ir para creche ou para alguém cuidar dele.

Eu posso sentir seu desespero de ter pagar as contas sozinhas, de ter que se virar com mais de um emprego, às vezes ter que vender doces ou roupas para completar a renda.

Eu posso sentir a cobrança da sociedade quando perguntam sobre o pai e o que mais dói, quando seu próprio filho(a) pergunta sobre ele e você não sabe o que responder.

Eu entendo quando você se sente anulada, não sobrando tempo para tomar um banho decente. Quando você come comida fria ou quase não dorme direito.

Eu posso ver a exaustão em sua face quando dá banho, faz comida, limpa a casa, depois de um dia inteiro de trabalho e ainda assim tem que estar sorrindo para seu filho que te pede atenção.

Eu te entendo quando sua família te julga e te diz o que fazer mesmo você sabendo o melhor para vocês dois.

Eu te entendo quando você chora querendo colo de alguém e na maior parte das vezes, está sozinha…

Você não é de ferro, nunca foi. Pode chorar, pode desabafar, pode buscar forças para continuar a batalha.

Eu sei que não é fácil, muito menos quando não temos apoio, não temos ninguém para dizer que está conosco nessa tarefa árdua que é criar filhos. Mas NUNCA se esqueça do bem maior que faz você acordar todos os dias e ter força para ir a luta – seu filho tão amado, querido e desejado por você!

Ahhh por eles, fazemos o impossível, damos o nosso máximo sem pestanejar. E quando você colocá-lo na cama para dormir a noite, “namore” bem seu rostinho angelical e retire forças de dentro de você para continuar tudo de novo no dia seguinte.

Com carinho,

Lilica.

 

Você é mãe solo? Leia aqui!