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Expectativas Maternas

A minha vida parou depois que tive filho

Sim, puérpera, a sua vida parou. Tantos planos imaginando como seriam seus dias depois que o bebê nascesse e parece que nada se concretizou, né?

Para completar, você escorrega o dedo pela tela do celular e descobre que a vida de um tanto de gente está acontecendo. As fotos te mostram que outras mulheres “conseguem” fazer exercícios, ir à praia, ao cinema, levar as crianças sempre limpas e arrumadas pra ir ao parquinho, enquanto você se olha no espelho e se dá conta de que talvez nem se lembre quando foi que escovou o dente sem ser no modo automático e que, talvez, aquele coque na cabeça não tenha saído dali há pelo menos 1 semana.

Camisolas e pijamas estão sendo seu uniforme. O sutiã bege, molhado de leite, já se torna quase um membro do seu corpo. Ir ao banheiro com calma e tomar um banho sem ter alucinações de que ouviu o choro do bebê já se tornaram um luxo.

Me lembro de, nas vezes em que estava puérpera, pensar em qual era o sentido da vida senão: amamentar, trocar fralda, dar banho e botar pra dormir numa espiral infinita em que parece não vermos a luz do túnel nem tão cedo.

Além disso, você tem um bebê no colo que não para de chorar e enquanto tenta como uma investigadora do FBI desvendar o que quer dizer esse choro (a fralda tá trocada, banho tomado, ele já está alimentado e por nada, nadinha, é possível controlar esse som que já virou fundo musical há mais de 2 horas), a mente somada ao cansaço e a restrição de sono explode.

Às vezes a vontade é de entregar o bebê pra primeira pessoa que passar na frente. Eu sei, você só queria sumir um pouco, desaparecer. Tá pesado demais, né? Por alguns segundos você pensou, em silêncio “onde eu fui amarrar meu bode?”.

Tá, veio a culpa logo depois? Como, como é possível pensar em você sem a existência desse ser que apesar de tanto te demandar, você já ama mais que tudo. Você se arrepende na mesma hora desse pensamento e se pune por ter em algum momento permitido que essa ideia passasse na sua cabeça. Fica tranquila, eu não te julgo. Eu já estive 2x neste lugar e sim, sei que é desesperador ver que sua liberdade agora é controlada.

Sim, a sua vida deu uma pausa. Ela não acabou. Nos próximos dias ela será esse misto de quem sou eu com cadê aquela mulher antes de ser mãe. É nesta fase do puerpério, este momento em que a gente se perde pra se reconstruir, que a vida se torna um caos. Por isso é importante fazer uma pausa.

É porque na pausa é que a gente aproveita pra refletir sobre os novos passos, os novos caminhos que daremos pra ela. As amizades que ficaram, as amizades que surgiram. Os ombros que nos emprestaram pra secar nossas lágrimas.

Não se cobre, não se preocupe, está tudo no ritmo certo. Aproveite a pausa porque ela não volta mais. E eu te prometo que um dia você vai se orgulhar deste momento que viveu.

Dicas para cuidar do recém-nascido? Tem vídeo aqui.

Se quiser entender mais sobre o puerpério, clique aqui

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Existe mãe perfeita?

Nós, mães, nos cobramos perfeição o tempo todo. Mesmo que sem querer, estamos lá achando que devemos e (o que é pior) que podemos dar conta de tudo. Mas eu vou te contar um segredinho: somos humanos, feitas de carne, osso, músculos… Por mais que tentemos, uma hora a estafa chega, estafa física, mental, emocional.

Faço aqui um papel importante, venho te contar que nenhuma mãe é perfeita, é mulher maravilha, consegue dar conta de tudo. Mesmo que pareça ser. Ás vezes as aparências enganam e a imagem perfeita de mulher, mãe, esposa, profissional que fazemos de determinada pessoa não é aquilo tudo que possa parecer. Nós falhamos, temos nossas limitações e quanto mais negarmos isso, vamos correr atrás do próprio rabo tentando dar conta de algo inalcançável, principalmente sozinhas.

A sociedade vem mudando ao longo das décadas e séculos. O que antes era papel principal da mulher, que era criar filhos e cuidar da casa, hoje, não se resume mais a isso. Antes tínhamos essa obrigação e sem poder opinar muito, aceitávamos e tudo bem. A mulher saiu de casa, foi trabalhar, foi estudar, foi ganhar o mundo e entendeu que seu papel não era ser só mãe e esposa. E começamos a pensar em um mundo mais igualitário, onde os pais também contribuam com a casa e a educação dos filhos.

Atualmente, uma mulher dificilmente sonha somente em formar família. Ela deseja conquistar o mundo: viajar, estudar, vivenciar experiências sozinha, com as amigas, construir sua carreira profissional. Mas nos deparamos com uma dura realidade: como seguir atrás de nossos sonhos se nossos papel de casa, de mãe e esposa exemplar continuam nos exigindo muito?

Entendendo e aceitando que é humanamente impossível dar conta de tantos papéis: mãe, mulher, esposa, trabalhadora, amiga… Entender que você precisa do apoio do seu marido/companheiro. E se você puder construir uma rede de apoio com seus parentes (geralmente sogra e mãe), ter alguém que te ajude com a casa ou com seu filho. Tudo isso ajuda a aliviar a rotina pesada que todas nós temos atualmente.

Eu acredito que sem o peso da perfeição que a sociedade (e nós) tanto nos cobra, nossa maternagem possa ser mais leve, sem tantas cobranças, nos dando a chance errar e acertar, podendo cuidar de si mesma. Bora desconstruir tudo isso?

Com carinho,

Lilica.

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Não deixe a culpa (materna) te paralisar

TODAS nós sentimos culpa, todas! Não conheço uma mãe que não se torturou em algum momento por algo simples ou até mesmo mais sério. A verdade é que parece que junto com a maternidade também vem a culpa materna e ela nos faz remoer tantas situações, que muitas vezes não teríamos poder de mudança ou escolha, mas estamos lá, diariamente remoendo e nos culpando…

Culpa porque deixamos o filho tomar sorvete e está tossindo a noite toda, culpa pelas vezes que não repreendemos as atitudes que não foram legais ou que talvez passamos um pouco do limite repreendendo demais tal atitude. Culpa por querer viver um pouco fora do mundo da maternidade e sair com as amigas de vez em quando, culpa por não abrir mão de sua vida profissional e ter colocado seu filho na creche tão novinho. As situações seriam infinitas se ficássemos listando todas aqui.

Quando o assunto somos nós, mulheres, pessoa independente de ser só mãe, parece que a culpa bate mais forte. Queremos fazer exercício, ter vida social, profissional mas a maternidade muitas vezes nos puxa tanto que nos deixamos de lado muitas vezes e quando conseguimos uma escapulida para ir ao salão, bater um papo com as amigas, ir a um show, vamos e ficamos com a cabeça nos filhos, nos sentindo péssimas!

Calma! Você não está sozinha. Você não é a única mãe que se sente assim, posso dizer que quase todas que eu conversei (e não foram poucas) relataram esse sentimento de culpa, em diversos campos, depois que tiveram filhos. A culpa parece fazer parte de toda mulher que se torna mãe, então temos que encará-la e trabalhar com ela da melhor forma possível.

Certa vez a minha terapeuta me disse algo que ficou marcado. Ela me disse que o Antonio precisava de uma mãe que estivesse bem, por isso, eu precisaria cuidar de mim também, para eu estar bem fisicamente e emocionalmente. Para então, poder cuidar dele e cria-lo da melhor forma. Não parece mas nossos pequenos estão entendendo tudo o que está acontecendo a nossa volta, mesmo nas situações que não são ditas.

Por isso, eu não posso achar que ele precisa somente de uma mãe presente 24h todos os dias da semana. Porque a qualidade do tempo talvez não seja tão bom quanto poderia ser se eu tivesse um tempo para mim, para me cuidar como Elis, mulher, profissional e assim, poder ser uma excelente mãe nos momentos em que eu estiver presente com ele.

Escrevo esse texto para auxiliar as mães que carregam uma culpa extrema a ponto de paralisar alguns setores da vida. Acredito que o equilíbrio em tudo que fazemos é a chave para um bom resultado e uma mamãe bem e equilibrada será uma boa mãe, por isso, não se culpe tanto e tente cuidar um pouco de si, pois nós precisamos e merecemos!

 

Com carinho,

Lilica.

 

 

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O que ninguém te conta sobre a maternidade

Amiga mãe ou futura mãe,

Escrevo hoje para termos uma conversa franca, sobre um assunto que quase ninguém fala ou não gosta de falar: o desgaste da maternidade.

Se você é mãe de primeira viagem ou está tentando engravidar, precisa ler isto! Se você já é mãe de um filho(a) ou mais, vai se reconhecer em muita coisa nesse texto.

Mesmo depois de mais de 1 ano do nascimento do meu filho, eu não consigo entender o por que de não se falar abertamente ou o contrário, de se falar de forma fantasiada a experiência da maternidade.

A maternidade não é algo simples, é bem complexo: envolve pelo menos dois personagens de forma intensa: a mãe e o bebê. Uma mãe “ingênua” em relação a tudo o que está por vir, um bebê que está descobrindo o mundo, está sentindo como é pertencer a um corpo que está em desenvolvimento e muito limitado ainda.

Eu tive algumas experiências bem próximas com bebês e crianças ao longo dos meus 30 anos, mas mesmo assim, nenhuma delas foi o suficiente para saber o que era ter um bebê nos braços, 24 horas por dia, chorando, faminto, cheio de cuidados especiais.

Quando nasce uma bebê nasce uma mãe desesperada, que mesmo tendo lido muito, se informado e feito cursos de cuidados, irá sentir insegurança para amamentar nas primeiras vezes, para dar banho, para deixa-lo dormindo em seu berço sem a preocupação dele estar respirando.

A maternidade não é o mar de rosas que muitos falam e mostram por aí. Primeiramente, só sabe o que é a maternidade quem passa por ela, então amigas,(sem filhos) tios, vizinhas que dão pitacos podem até ter boa vontade para ajudar mas cuidar de um bebê não é algo simples, principalmente no primeiro mês do pós parto que pode bater insegurança, tristeza e até mesmo depressão faz parte.

Você irá engordar na gravidez e não necessariamente irá conseguir perder peso rápido, você irá sentir dor ao amamentar as primeiras vezes, você irá sentir o peso da culpa em alguns momentos que não conseguir fazer o que planejou e acredita para a criação do seu filho. Você irá se sentir sozinha muitas vezes, mesmo tendo seu companheiro, mãe e sogra por perto. Nos primeiros dias depois do nascimento do bebê você se sentirá sem energias com a privação do sono, mal conseguirá tomar um banho decente e tudo isso e mais um pouco irá fazer sua cabeça pirar.

Ser mãe não é tudo de maravilhoso, principalmente nos primeiros meses, no qual você e seu bebê estão se conhecendo e ajustando a uma rotina.

Ser mãe é desgastante, é abrir mão de um monte de coisas, é sentir o peso do cuidado de alguém tão pequeno e indefeso e sentir não “dar conta”.

Ser mãe é ter que ser forte mesmo sem ter essa força toda.

Ser mãe é abdicar do trabalho por conta própria ou mesmo ser demitida na volta da licença maternidade (pois mães faltam mais por causa dos filhos doentes).

Ser mãe é se anular. É se sentir pirada, é se questionar aonde estava com a cabeça quando pensou em ter um filho.

Em contrapartida, apesar de todas as dificuldades, de todas as vezes que abrimos mão de nós, apesar do cansaço, do sono acumulado, existem muitos pontos positivos, acredito que mais do que negativos, senão não teríamos o segundo, terceiro filho… Filhos nos ensinam a amar de forma transcendental, nos entregamos totalmente e recebemos muitos carinhos, beijinhos, dengos. Nós somos o mundo para eles e eles são nosso mundo.

Não, eu não estou te desencorajando e nem dizendo que não vale a pena ter filhos. O texto de hoje pretende mostrar e desmistificar a “maravilhosa” vida de uma mãe. Pois ser mãe pode ser muito desgastante e nós temos que falar sobre isso ao invés de fingir um momento mágico e maravilhoso.

De alguma forma, passamos por tudo isso e saímos, não ilesas. Saímos mais fortes, mais maduras, sabendo o que realmente importa para nós a partir de agora, mas não é nada fácil, nunca foi e nunca será. Ser mãe é isso.

 

Com carinho,

Lilica.