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10 Alimentos infantis que parecem INOFENSIVOS

A obesidade infantil vem sendo amplamente discutida e tem gerado grande preocupação para a sociedade. As causas que levam a esse desequilíbrio são inúmeras e incluem, além da genética, fatores sociais, culturais e ambientais.

Há um tempo essa preocupação era direcionada apenas para os adultos, que com o passar dos anos adquiriam mais hábitos de vida inadequados e os transformavam em excesso de peso, consequentemente. No entanto, hoje, há uma massante busca, pelos profissionais e órgãos internacionais de saúde, pela redução da prevalência de obesidade infantil.

Como o número de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade aumentou tanto nos últimos anos? Como o Brasil e o mundo chegaram a esse ponto? A falta de informação ou o excesso da mesma (que confunde os responsáveis); as crenças e costumes passados de geração para geração; o sedentarismo; a interrupção do aleitamento materno e a introdução da alimentação complementar precoces; a oferta de alimentos contraindicados para a faixa etária e ultraprocessados estão entre as causas.

A oferta de produtos alimentícios ultraprocessados e/ou contraindicados para a idade da criança ocorre, muitas vezes, pelas propagandas covardes, a partir da mídia televisiva ou dos rótulos inconsequentes e pouco esclarecidos. A aquisição desses produtos, pelos responsáveis, pode acontecer também por não acreditarem nos reais malefícios para a vida da criança agora e no futuro. ACREDITE, ELES GERAM GRAVES PROBLEMAS DE SAÚDE PARA A CRIANÇA!

Além do excesso de peso, esses produtos impróprios podem levar a fome oculta. Você já deve ter ouvido: “Meu filho come e está com o peso ótimo! O pediatra falou que ele está dentro da curva de crescimento!”. Será que o peso isoladamente basta para uma avaliação nutricional completa? A fome oculta, que é a carência de um ou mais micronutrientes no organismo, também é um mal a ser combatido urgentemente. Os estoques de vitaminas e minerais podem diminuir no corpo sem apresentar, a princípio, sinais e sem mudanças no peso.

E o que dizer dos aditivos alimentares? Ingredientes adicionados aos alimentos intencionalmente, sem o propósito de nutrir, objetivando apenas modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais do produto. Como pode o aditivo químico ser inofensivo se suas quantidades devem ser controladas devido aos riscos que causam à saúde da população?! Imagina o que pode causar à uma criança, cujo trato gastrointestinal não está completamente desenvolvido e formado. Dentre as possíveis consequências estão a hiperatividade, o autismo e o desenvolvimento de alergias.

Voltando aos rótulos inconsequentes e pouco esclarecidos, mesmo aqueles que trazem descritos os ingredientes adicionados, não permitem ao consumidor mais preocupado escolher alternativas mais saudáveis, porque não relatam os efeitos para a saúde humana.

O MELHOR a se fazer, então, é evitar o máximo possível esses produtos ultraprocessados que trazem uma lista imensa de ingredientes, cujos nomes nem conhecemos. Além, é claro, de buscar informações confiáveis e auxílio de um profissional de saúde sempre que surgir alguma dúvida.

A NutriPed listou a seguir, os TOP 10 produtos processados e ultraprocessados oferecidos ao público infantil que devem ser evitados, a partir das experiências vivenciadas em consultório e das dúvidas que surgiram no nosso instagram @nutriped. Nesse momento, o objetivo é esclarecer sobre os rótulos e em um futuro próximo oferecer um material completo com receitas saudáveis e caseiras em substituição a esses produtos.

1 – Achocolatado: está disponível em pó ou em embalagem individual pronto para consumo, na apresentação líquida. Ambos, normalmente, alegam no rótulo ter vitaminas e minerais, mas será que os micronutrientes adicionados pela indústria têm o mesmo papel no organismo que aqueles que já vêm nos alimentos in natura? NÃO! Seus ingredientes mais comuns são açúcar e/ou maltodextrina (equivalente a açúcar), cacau em pó, micronutrientes sintéticos, emulsificantes e aromatizantes. Que tal preparar o achocolatado do seu filho em casa e esporaticamente? Desses ingredientes todos, você consegue usar somente o cacau em pó e melhorar a qualidade do açúcar oferecido.

2 – Iogurte de fruta: há quem diga que ele vale mais que um bifinho. Será? A carne é considerada uma excelente fonte de ferro e proteína, além de inúmeros outros nutrientes, essenciais para o crescimento da criança. Já o iogurte “de fruta” é de fruta por conter em sua composição corantes e aromatizantes artificiais que se aproximam de sua característica. Fruta mesmo você não vê em muitas das listas de ingredientes, mas vê açúcar e/ou maltodextrina (equivalente a açúcar), óleo, amido, micronutrientes sintéticos, corantes e aromatizantes. Você sabia que o iogurte natural só deve conter em sua composição leite e fermento lácteo? Aí se preferir adicionar sabor, é só bater com uma fruta in natura. Esse produto, de qualquer forma, não deve ser oferecido para crianças menores de um ano, sendo assim é possível preparar um “iogurte” de inhame. Você conhece?

3 – Suco “de fruta” de caixinha: Ele está muito presente no lanche escolar, por ser prático e fácil de transportar. Mas, um suco de fruta in natura e sem açúcar é complicado de ser preparado? Só descascar a fruta e bater com água no liquidificador! Dependendo da fruta, nem precisa coar (preferência)! Em um futuro não muito distante seu consumo frequente pode gerar doenças perigosas, dependentes de rémedio, como o diabetes mellitus e a hipercolesterolemia. Em geral, essas bebidas trazem um percentual bem pequeno de fruta e elevado de açúcar, além de estabilizantes e corantes. Lembrando que sempre a melhor opção é a oferta de fruta in natura sem nenhum processamento, especialmente para crianças menores de um ano.

4 – Gelatina: produto que, assim como a geleia de mocotó, confunde até mesmo alguns profissionais de saúde. Já recebemos prescrições de outros profissionais que incentivavam seu consumo por crianças que acabaram de introduzir a alimentação complementar. Seu consumo JAMAIS deve ser estimulado. Você sabia que além de açúcar, micronutrientes sintéticos, aromatizantes e corantes artificiais, a gelatina tem ADOÇANTE? TOTALMENTE contraindicado para crianças NÃO diabéticas.

5 – Geleia de Mocoto: produto muito utilizado como sobremesa ou para ganho de peso em crianças, sendo este último inaceitável. Fazer a criança ganhar peso com açúcar, corante e aromatizante? Sim, esses são os ingredientes desse produto de calorias vazias.

6 – Farinhas prontas: essas farinhas apresentam no rótulo indicação para serem utilizadas como complemento alimentar a partir dos seis meses de idade, mas todas elas seja de multicereais, de arroz, de milho ou de aveia possuem em sua composição o açúcar, contraindicado até, no mínimo, dois anos de vida.

7 – Bisnaguinha: parece um pãozinho inofensivo, que pode ser consumido diariamente pelas crianças, não é mesmo? Muitas marcas trazem em seus rótulos personagens que despertam ainda mais o interesse das pessoas nesse produto. A partir de um ano ou dependendo da rotina alimentar da família, um pouco antes, alimentos complementares são adicionados aos lanches das crianças, o que inclui o pão. Sem problema, mas devemos nos preocupar com sua composição. O pão deve conter basicamente, farinha, água, fermento, sal e óleo ou azeite. O que passa despercebido nessas bisnaguinhas inofensivas é que elas contêm açúcar, contraindicado para crianças menores de dois anos e desnecessário para qualquer faixa etária. Há inúmeras receitas de pães caseiros práticos e nutritivos.

8 – Biscoito polvilho: apelidado por muitos de biscoito de vento. Com certeza você já ouviu: “Esse biscoito é levinho, parece de vento! Dou o pacote inteiro para o meu filho levar no lanche!”. Não é bem assim, pois algumas marcas possuem gordura vegetal hidrogenada em sua composição, gordura modificada pela indústria e que cujos efeitos negativos na saúde cardiovascular já foram bem estabelecidos. Você sabia que é possível fazer um polvilho em casa utilizando uma gordura de melhor qualidade e com pouquinho sal?!

9 – Biscoito maisena – introduzido precocemente por quase todas as famílias, algumas vezes, por orientação de profissionais de saúde desatualizados como forma da criança ganhar peso. Esse produto é oferecido para crianças muito pequenas ainda, porque é considerado apropriado e interessante para o início da alimentação da criança. De onde tiraram isso? NÃO É! Além da farinha, possui açúcar, gordura vegetal hidrogenada, micronutrientes sintéticos, aromatizantes, conservantes e estabilzantes.

10 – Requeijão: é um produto presente nos lanches da manhã e da tarde da criançada e da família. Ele é elaborado a partir da coagulação do leite completada pela ação de bactérias específicas e adicionado de creme de leite. Quando consumido esporadicamente e havendo variação dos recheios para pães e torradas usados nos lanches, não há problema. Isso, desde que haja o hábito de leitura do rótulo das diferentes marcas. Quanto menos ingredientes e aditivos, melhor! Para que esse produto não fique com uma aparência ruim e com duas fases, a indústria lança mão de estabilizantes. É importante olhar os ingredientes e optar por aquela marca que apresenta o menor número de estabilizantes, conservadores e que não contenha maltodextrina (equivalente a açúcar). Basicamente, o produto deve conter leite, creme de leite, fermento, sal e alguns adicionam manteiga também. Que tal preparar uma pasta caseira com vegetais e outros alimentos in natura? BEM MELHOR!

Esses são apenas alguns dos produtos muito difundidos no meio infantil. Quando estão presentes de forma contínua na rotina alimentar da criança ou do adolescente podem contribuir para os agravos na saúde supracitados. Eles devem ser evitados por toda a família!

Não pense duas vezes quando surgir uma dúvida e procure um profissional de saúde capacitado e especializado. Reflita SEMPRE! Não se deixe enganar pelas propagandas e mídia. Lembre-se que o objetivo principal das indústrias é o LUCRO e não seu BEM ESTAR!

Faça com que os produtos ultraprocessados sejam exceção na sua casa. Priorize os alimentos in natura ou minimamente processados, praticando todos os dias a leitura dos rótulos e criando o hábito de cozinhar.

Você pode ter uma alimentação saudável e saborosa, fazendo trocas inteligentes dos ingredientes desses produtos! Se interessou? Fique de olho na nossa página! Iremos lançar em breve o nosso E-book Trocas Inteligentes com muitas receitas interessantes para você experimentar com toda a família!

Anna Carolina Ghedini e Priscila La Marca

Nutriped