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Bebê – 0 a 12 meses Chegou ao mundo

Carta do bebê aos familiares e amigos

Oi,

Eu sou um bebezinho de 7 meses, mamãe e papai começaram a me dar alimentos com 6 meses, antes eu só bebia leite do peitinho da minha mamãe. Há um mês venho experimentando variados alimentos: frutas, legumes, verduras e carnes… nham nham tudo muito gostoso e preparado com muito amor!

Eu percebo a preocupação do meu pai e da minha mãe em me dar os alimentos mais saudáveis possíveis porque eles pesquisaram muito sobre e a nutricionista falou que desde a gestação eu venho formando meus hábitos alimentares, mas desde o nascimento até os dois anos de idade esses hábitos se consolidam e eu os levarei para minha vida adulta. Por isso a preocupação deles em me dar os melhores e mais frescos alimentos nessa primeira fase.

Papai e mamãe me amam muito para se preocuparem assim com o meu futuro, não é? Mas muitas pessoas acham que os meus pais são frescos ou chatos, pois não entendem o real motivo dessa preocupação. Antigamente as pessoas não sabiam da importância de uma alimentação saudável desde bebê e davam açúcar, corante, alimentos industrializados e até cerveja na chupeta passavam dizendo não fazer mal. Tudo isso já foi comprovado pelos estudiosos que pode prejudicar a minha formação em diversos campos.

Por isso, hoje venho aqui para pedir para quem me ama, que respeite as decisões dos meus pais, que tenho certeza, são as melhores para mim. Eu preciso crescer saudável, com os nutrientes necessários para me desenvolver física e intelectualmente. Tenho certeza que com essas medidas, tenho menores chances de obesidade, de desnutrição e de poder desenvolver doenças que ás vezes ainda são desconhecidas atualmente, pois os alimentos com conservantes ou transgênicos ainda estão sendo estudados para descobrirem os resultados em nosso corpo, ainda mais o meu corpinho em formação.

Eu peço que você, por favor, respeite as decisões da mamãe e do papai e caso tenham vontade de me dar algo, converse com eles antes, pedindo permissão. Caso, eles digam não, não fique chateado, não é nada contra você, somente uma decisão importante para o meu futuro. Mesmo parecendo que eu queira muito algum alimento, como eu não conheço nada além do leite, eu não fico com vontade e nem aguado como muitos dizem. Agradeço muito a sua compreensão, tornando a vida dos meus pais mais fácil, além de cooperarem para que eu cresça forte e saudável!

Com muito amor e carinho, um beijinho do bebê que você ama.

Lilica.

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Bebê – 0 a 12 meses

Relato sobre introdução alimentar

Mamães e papais,

Hoje venho relatar a minha experiência com a introdução alimentar do meu filho. Acredito que muitos possam se identificar com o que eu passei e por isso não se sentirão tão sozinhos nessa etapa nova para ambos (pais e bebês) e que muitas vezes é tão complicada e chata!

Atualmente a Organização Mundial de Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. Então calma, se você amamenta o seu bebê exclusivamente no seio não tem por quê começar a introdução alimentar antes. Muitos estudos apontam que o organismo do bebê está em desenvolvimento até o sexto mês, não tendo condições de digerir frutas ou legumes pois contém enzimas que este ainda não está preparado para receber.

Pelo motivo que expliquei acima, comecei a introdução alimentar do meu filho aos 6 meses de vida. Antes disso consegui manter o aleitamento exclusivo com muito esforço da minha parte, pois dificuldades no caminho nunca faltaram. Um pouco antes do meu bebê completar 6 meses, marquei uma consulta com as nutricionistas que são parceiras do nosso blog, a Nutriped. Elas vieram aqui em casa e me instruíram bem a respeito de como começar, quais alimentos oferecer e os que são proibidos até o primeiro ano de idade.

A verdade é que eu estava confiante em começar a introdução alimentar, tinha lido bastante, tinha consultado nutricionista infantil, sabia como gostaria de começar e além de tudo estava exausta da amamentação exclusiva, por isso os alimentos iriam de certa forma me dar algum descanso por dar peito 24h por dia (eu fiz livre demanda). Não tenho dúvidas que junto a tudo isso somou-se um certo grau de ansiedade em ver o meu bebê passando por mais uma etapa que era começar a se alimentar de outros alimentos além do meu leite.

O primeiro dia foi um fiasco! Tentei começar pelo método BLW (no qual o próprio bebê segura o alimento cortado em pequenos pedaços), cozinhei batata e entreguei na mão dele. Ele fez cara feia, amassou, jogou longe e não colocou nada na boca. Tentei outros legumes e nada… Pensei comigo que era o primeiro dia e poderia dar um crédito a ele. Tentei mais alguns dias e mudei de técnica, comecei amassando com garfo os legumes separados e ia colocando um pouco de cada legumes separadamente na boca dele. Outro fiasco! Ele colocava a língua para fora com o alimento e chorava. Parecia não saber o que fazer com aquilo!

Mais de uma semana já tinha se passado e nada, além de não engolir o alimento, meu bebê não estava mais abrindo a boca para aceitar o que eu oferecia. Isso me desanimou demais, pois gastava tempo escolhendo, montando cardápio, comprando e fazendo e meu pequeno sequer aceitava… Bom, mudei de tática de novo. Comecei a amassar os alimentos mas ao invés de coloca-los separados, eu misturava e colocava um pouco de água. Ficava como uma sopa, só que ao invés de triturar os alimentos eu só amassava com o garfo. Ele começou a abrir a boca (para as papas “salgadas”) mas só aceitava 4 ou 5 colheres. Quando aceitava 7 ou 8 eu fazia uma festa!

Nesta etapa do processo, já tinha se passado mais de 1 mês de tentativas e o leite continuou sendo o alimento principal dele, já que ele estava experimentando e tentando se adaptar a essa nova rotina de ter alimentos sólidos em sua boca. Eu já estava esgotada, triste, exausta de tentar muitas maneiras dele aceitar os alimentos e não ter tido quase nenhum sucesso. Lembro de um dia sentar no chão e chorar junto com ele (ele por não querer o alimento e eu por não saber mais o que fazer para ele aceitar).

Liguei para o meu marido que tentou me acalmar, pedindo para eu não tentar forçar a aceitação dos alimentos porque seria bem pior para ele. Então ele fez uma busca de bons artigos que falavam sobre a introdução alimentar e me enviou. Li todos com cuidado e percebi que eu não era a única a passar por esse processo, pois a maioria dos bebês demoram aceitar os alimentos, natural, pois estavam acostumados a somente ingerir leite.

Detalhe que durante essa adaptação aos novos alimentos meu bebê pegou a primeira gripe e tudo que tínhamos conquistado em relação aos alimentos, regrediu, pois ele só queria peito. Para não desidrata-lo e mantê-lo alimentado eu acabei cedendo e dando mais o leite do peito. Então quando ele melhorou, quase que voltamos a estaca zero na introdução alimentar.

Meu coração começou a acalmar e eu estabeleci um pensamento nesse início: o que ele comesse seria lucro, não tentar impor que ele coma tudo o que eu fiz ou aceite de forma rápida todos esses novos alimentos. Dessa forma foi dando certo, parei de achar que os exemplos que eu tinha a minha volta deveria acontecer da mesma forma com meu filho e parei de me cobrar e cobrá-lo. Demorou quase 2 meses (isso mesmo!) para ele aceitar os alimentos de forma natural, comer todo o potinho de papa que eu tinha feito ou aceitar a fruta toda que eu oferecia. E tudo isso aconteceu do dia para a noite. Um dia ele acordou e aceitou a banana que nunca abria a boca, comeu mais colheres da papa salgada do que antes e assim foi.

Por que contei a experiência da introdução alimentar do meu filho? Para exemplificar e mostrar para vocês papais angustiados que a maioria dos bebês demoram mesmo a aceitar os alimentos. Que estamos juntos nessa empreitada, pois não é fácil não e ainda contar com o auxílio de profissionais capacitados nos faz seguir o melhor caminho e não desistir de tentar introduzir os alimentos de forma mais natural possível.

O que eu aprendi com essa experiência que me fez arrancar os cabelos por quase dois meses?

  • Não compare o seu filho com outros bebês, cada ser é único e aceita situações idênticas de formas diferentes;
  • Tenha paciência nessa fase difícil que é a introdução alimentar;
  • Alguns bebês irão aceitar as frutas e legumes de forma super rápida, outros demorarão meses. Tudo isso é normal;
  • Tente não gerar muitas expectativas em cima de seu filho sobre a aceitação dos alimentos;
  • Mesmo diante da recusa, não desista de oferecer várias vezes os alimentos de formas diferentes, até chegar a alguma que ele irá aceitar;
  • Não se cobre, a culpa não é sua e muito menos do seu filho, ele simplesmente está se adaptando a algo muito novo e diferente para ele;
  • Não force a introdução alimentar de forma alguma, isso pode fazê-lo associar os alimentos a repreensão e não querer comer de forma alguma;
  • Mesmo que ele comece comendo pouco, com o tempo ele começará a comer um pouco mais e assim sucessivamente;
  • O leite continua sendo o principal alimento do bebê até o primeiro ano de idade, então se ele não aceitar os alimentos de forma rápida, ainda assim estará bem alimentado.

 

Prontos, para seguir esse novo desafio de forma mais segura e menos estressante? Vamos embora colocar essas dicas em prática então!

 

Lilica.

 

Se quiser saber mais sobre dicas pra introdução alimentar, clique aqui.

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Bebê – 0 a 12 meses

Introdução Alimentar – dicas essenciais

Amamentar é um ato que fornece o primeiro alimento ao bebê. O leite materno é completo por suprir as necessidades nutricionais do lactente, exclusivamente, até os seis meses de vida, além de proteger contra doenças e aumentar o vínculo entre a mãe e o filho.

O ideal é que o aleitamento materno ocorra exclusivamente até os seis meses da criança e que permaneça até os dois anos de vida, sendo complementado com outros alimentos nesse período. No entanto, em algumas situações, como retorno ao trabalho e uso de medicamentos específicos pode acontecer o desmame precoce.

Dessa forma, há a introdução de novos alimentos, que nesse momento, podem ser prejudiciais a criança. Essa oferta precoce de alimentos está relacionada a riscos de desnutrição ou obesidade, redução da absorção de nutrientes, além do aumento do número de diarréia e hospitalizações por doença respiratória.

O bebê, aos seis meses, apresenta postura ereta, maturidade fisiológica, reflexo lingual e excitação ao alimento. É fundamental que os familiares transmitam à criança carinho, afeto, calma e confiança nessa fase.

A adaptação varia de criança para criança, algumas aceitam os novos alimentos mais rápido outras demoram mais tempo. Essa diferença não deve ser motivo de ansiedade e angústia para a família. No primeiro momento, a quantidade que o bebê ingere pode ser pequena, ele sabe da sua saciedade e, portanto, deve – se cuidar especialmente da qualidade do que é ofertado e sua variedade, em comparação a quantidade.

Ao introduzir a alimentação complementar, quando ainda em aleitamento materno, os alimentos devem ser ofertados gradativamente. Deve-se dar preferência às frutas e legumes da estação, pois são mais nutritivos e saborosos. Às frutas não deve ser adicionada nenhum tipo de farinha ou açúcar e quanto à papa salgada deve conter todos os grupos alimentares. Nesse momento, a criança precisa conhecer o aroma, a cor e a textura de cada alimento.

A alimentação deve ser, desde o início, espessa, não sendo liquidificada ou peneirada. Isso garante a quantidade de energia que a criança precisa para ganhar peso. Os alimentos devem ser oferecidos com regularidade, mas sem horários rígidos para que a capacidade da criança de distinguir a sensação de fome não seja prejudicada.

Caso aconteça da criança recusar algum alimento é importante não desistir e oferecer novamente em outro momento o mesmo alimento. As chantagens ou trocas para a aceitação de qualquer alimento devem ser evitadas.

A partir da introdução dos alimentos complementares, a oferta de água torna-se indispensável. Não deve-se oferecer alimentos adicionados de açúcar, café, enlatados, embutidos, frituras, refrigerantes, sucos artificiais, balas, salgadinhos, biscoitos recheados, outros alimentos industrializados, conservas (palmito e picles) e mel.

Esses alimentos podem gerar ganho de peso excessivo e deficiência de alguns nutrientes, além de conter muita gordura, açúcar e sal, sendo considerados potentes causadores de doenças como hipertensão e diabetes, ainda na infância.

A criação de hábitos alimentares é iniciada ainda durante a gestação, continuando ao nascimento e na primeira infância, o que inclui o momento da introdução da alimentação complementar. A criança observa a rotina alimentar da família e se aproxima dela, sendo necessário dar o exemplo dentro de casa.

Inicie a alimentação complementar do seu filho de maneira consciente e com hábitos alimentares adequados para a idade. Cada criança possui sua individualidade, então, sempre que necessário, procure um profissional de saúde capacitado para tirar dúvidas e receber orientações apropriadas.

Priscilla La Marca e Anna Carolina Ghedini.

Nutricionistas da Nutriped

IMG-20160601-WA0029Se você quiser saber o relato da introdução alimentar do Antonio, filho da Lilica, clique aqui